sexta-feira, 7 de junho de 2019


Que “Civilização Ocidental”...


Sabemos que as meninas não são consideradas gente com direitos em muitos países da África, Ásia e boa parte das Américas; todavia, também na Europa, parcela da Terra dita civilizada, muitas delas são tratadas sem nenhum respeito, quer pelas próprias famílias como pelo meio em que crescem para a vida.

Àquela alma dilacerada, Noa Pothoven, que, sucessivamente violada aos 11, 12  e 14 anos, não conseguiu suportar a vida com tão brutal recordação, sem que houvesse ciência que a pudesse salvar, permito-me dedicar este soneto do grande poeta limiano António Feijó, mesmo que, para o caso, possa não ser o mais adequado...


ROSA BRANCA

Sonho ou quimera, na ilusão divina
Que ao mundo alado o coração transporta,
Aquela rosa pálida e franzina,
Branca, tão branca, parecia morta...

Planta que o frio da existência inclina,
Pomba que foge ao seu país...Que importa?
Sonho ou quimera, na ilusão divina,
Branca, tão branca, parecia morta...

Mesmo acordado ou vendo-a com tristeza
Nas molduras do sonho e da incerteza,
Que a fantasia em pleno azul recorta,

Sempre na imensa dor que me fulmina,
Aquela rosa pálida e franzina,
Branca, tão branca, parecia morta...


Amândio G. Martins






2 comentários:

  1. Um complemento ao seu comentário tão pertinente!
    https://www.jn.pt/opiniao/ines-cardoso/interior/noa-nao-morreu-sozinha-10991501.html

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  2. Também gostei de ler o que escreveu Inês Cardoso, na habitual coluna da Direcção, que é por aí que sempre começo a leitura do jornal

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