quinta-feira, 27 de junho de 2019

Uma grande festa


Para alguns que se congratularam com a criação da “geringonça”, e é o meu caso, nem tudo o que se passa na governação merece aplauso. As críticas à execução orçamental surgem de todos os lados, com o PCP e o BE a bramarem contra a falta de investimento público para se gerarem excedentes, e, da outra parte, com o PSD e o CDS a verberarem a notória exiguidade dos serviços públicos. Até Marcelo, quase ao jeito de Sampaio, mostrou que, enfim, as “coisas” não podem ser levadas tão a sério. Centeno defende-se como pode e sabe, argumentando que, com ele, as contas não derrapam, e até acusa Olivier Blanchard (ex-economista-chefe do FMI) de incoerência, quando este, pelo menos há dois anos, diz a mesma coisa. Sem esquecer Rui Baleiras, coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental, a entrar no “coro” crítico.
Todos gostamos dos êxitos nos resultados orçamentais. Só que o Orçamento do Estado é um compromisso com dupla face: os Ministros “gastadores” não podem ultrapassar as fasquias acordadas, e o “tesoureiro” não deverá negar o que está prometido. Portanto, Dr. Mário Centeno, vamos lá a ver se cumpre a sua parte do compromisso, sem recurso a truques de cativações. Depois, fazemos todos uma grande festa, ok? Nota: Já aqui publiquei, em 21.05.2017, um post sobre as posições de Olivier Blanchard.

2 comentários:

  1. Milagres não são deste tempo, mas há sempore gente a dar uma no cravo e outra na ferradura...

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  2. O que eu sei é que, mesmo que também saiba que os maus efeitos só se vêem "à la longue"- e poderá ser o caso que se está a passar - o Estado têm que manter em bom funcionamento os serviços estruturantes que presta aos cidadãos... todos. E não cuidando da Saúde e dos Transportes, por exemplo, está a abrir a porta ao "inimigo" que poderá ser o ....diabo. Cativar até pode ser uma forma de "suicídio". A ver vamos....

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