quarta-feira, 11 de abril de 2018

A propósito da Pediatria do HSJ

A área oncológica da Pediatria do Hospital de S. João ( HSJ) tem vindo a ocupar o topo das notícias, por más razões. A denúncia das péssimas condições logísticas para o tratamento das crianças com cancro parece que vai conduzir  ao reconhecimento do facto e à feitura imediata das obras que vêm a ser proteladas já há uma dezena de anos, com dolo e leviandade políticas. Sobre isso parece que todos convergimos na opinião.
Talvez pareça despiciendo mas, havendo vozes que, julgando-se iluminadas, retiram mais conclusões do que se está a passar, venho juntar algo que me parece curial. Num ponto acrescentando falhas, noutros dando a minha leitura dos factos. No primeiro somente para dizer que a Oncologia pediátrica faz parte dum Serviço que engloba muitas outras sub-especialidades pediátricas ( gastrenterologia, alergologia, endocrinologia, etc), que é o de Pediatria. E toda esta está ser atingida pois o "habitáculo" é o mesmo. Muitos saberes englobados a volta dum ser que é a Criança. No segundo venho para dizer que não ouvi uma só palavra depreciativa sobre o desempenho dos profissionais na "vil tristeza" que espoletou o caso vertente. Terceiro e último: os médicos não passam todos para os privados porque comem numa "manjedoura" mas sim porque prezam muito o saber, o ensino e aprendizagem, enfim, as boas práticas que cientifica e eticamene os enformam, o que  só se faz nos hospitais públicos já que nem só de "cifrões" vivem estes profissionais, por muito que haja gente que assim pensa. E  aqui, páro para dizer que o acabar com as carreiras médicas avaliadas como não se faz em qualquer outra profissão, esse sim, está a ser o "empurrão" que os governos estão a dar para que os privados imperem no sistema se saúde português. E aí sim, não há ensino, não há prestígio devido e o Serviço Nacional de Saúde .... faliu.

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

  1. Ouvi ontem Constantino Sakellarides, antigo Director-Geral da Saúde, a dizer, com grande lucidez, que “os que mandam” fazem grandes confusões na hierarquização dos objectivos financeiros, económicos e sociais na imposição das suas políticas às populações. Concordo com ele. Alicerçado na minha experiência pessoal até hoje, também concordo consigo no que diz sobre os médicos e outros profissionais do sector. Quanto às suas preocupações sobre o SNS, quem de bom-senso e de boa-fé não as tem?

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