Cristiano e o “marreco”

A nossa Selecção preparava-se para jogar em Guimarães, se não estou em erro, não recordo com qual equipa. Os jogadores, como sempre acontece à chegada, iam dando autógrafos, de passagem, a quem deles se aproximava. Um daqueles cretinos que por todo lado abundam, por não ter conseguido o que pretendia do Cristiano Ronaldo, no desenrolar do jogo, sempre que o grande jogador tinha a bola, gritava o nome daquele “marreco” argentino que joga em Barcelona: “Messe”, “Messe”, “Messe”...

Aquilo até lhe valeu entrevista e foto no jornal – os tais  minutos de glória -  onde explicou a razão de ter passado o jogo todo a “provocar” Cristiano, gritando por “Messe”. E a postura do sujeito, como as baboseiras  que disse para justificar o comportamento revelaram que, de facto, era mesmo um completo imbecil.

Um dia destes, a equipa do Cristiano, como a do tal argentino, tiveram jogos importantes pela frente, que ambas perderam. Só que a do nosso jogador, como tinha um bom resultado da primeira mão, passou a eliminatória.

E foi-me dado ver, no  canal televisivo “La Sexta”, de Barcelona, um trabalho notável, comparando o caracter  lutador de cada um, e não ficaram com dúvidas sobre qual dos dois jogadores é mesmo um campeão de corpo inteiro.

Assim, a cada golo sofrido pelo “Barça”, aparecia a imagem da sua “estrela” curvado, de olhos  no chão, abanando a cabeça, derrotado; a cada golo sofrido pelo “Real”, via-se um Cristiano lutador,  de cabeça bem levantada, a puxar pelos adeptos; quase no final do jogo, coube a ele desempatar, com uma penalidade que não deixou dúvidas, como não tinham ficado dúvidas na legalidade do golo mal anulado aos espanhóis.

O futebol não me motiva nem um pouco; mas acompanho a informação e tenho pelo rapaz madeirense o maior respeito, que é exactamente o mesmo que tenho por todo aquele que deve ao trabalho sério aquilo que tem, e só mesmo os mentecaptos se dão ao desplante de tentar diminuí-lo, no confronto com o argentino, e acusá-lo de não merecer o que ganha e as honras que lhe têm sido prestadas.

Amândio G. Martins