Das formas de conduta – Paul Guillaume
“A observação mais simples mostra-nos que a conduta de um
ser não depende apenas da situação exterior mas do próprio ser, quer dizer, de
factores internos porque, nas mesmas circunstâncias, seres diferentes têm uma
conduta diferente.
Cada espécie tem os seus costumes e as suas maneiras de agir
típicas. Cada espécie animal tem o seu habitat, a sua vida sedentária ou nómada,
social ou solitária, a sua alimentação e a sua indústria próprias: é temerosa,
doce, combativa, feroz, manhosa, etç.
No interior da espécie apercebemo-nos de diferenças
individuais. A espécie humana tem também a sua fisionomia moral original, com
diferenças individuais sem dúvida mais pronunciadas ou, pelo menos, mais visíveis
para nós. Os moralistas descreveram quer o homem eterno, quer caracteres
particulares: orgulhoso, o avaro, etç.
Para designar estes factores internos, a linguagem emprega
com cambiantes, mas sem rigor, termos como tendências, inclinações, instintos,
sentimentos, afecções, apetites, necessidades, gostos, disposições, aptidões,
faculdades, etç.. Como todos os termos psicológicos, têm duplo significado,
objectivo e subjectivo. Do primeiro ponto de vista, designam uma orientação
geral da conduta; do segundo, a qualidade de certos estados de consciência do
sujeito”.
Amândio G. Martins
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