sexta-feira, 13 de abril de 2018

Jerusalém

Ao ouvir o Presidente da República, Marcelo R. Sousa, dizer, no Egipto, que Portugal jamais ( julgo ter sido esta a palavra) colocará a sua embaixada em Jerusalém, senti-me bem e relembrou-me uma história que comigo se passou há pouco mais de uma semana. Foi em Matsumoto, no Japão.
Enquanto "fazia tempo" de conversa, no mesmo local estava um grupo de israelitas. A uma jovem (adolescente? adulta?) que me perguntou donde eu vinha, e após responder, perguntei se ela morava em Jerusalém. Respondeu-me que não, mas sim em Telavive e ripostei: na capital, então? Não, a capital de Israel é Jerusalém! (sic). Após uma troca de palavras sobre o assunto, em que me pareceu que a "miúda" me pareceu convicta do que afirmava e eu lhe explicava que não devia confundir desejo ( ou crença, no caso dela) com realidade jurídica internacional), ela levantou-se do muro e disse que ia perguntar à mãe. Já ao partir dali, aproximou-se de mim uma jovem senhora me repetiu a pergunta inicial que a filha me tinha feito e, quando lhe respondi, fez a segunda pergunta: a capital é Madrid, não é? (sic). Apanhado de surpresa reagi sorrindo mas logo me apercebi do acinte que continham as palavras e o "ar"da mulher e ripostei : "it is not a joke, this problem, lady!" (sic). e a conversa por ali ficou porque o guia do grupo israelita apercebeu-se do tom e, agarrando pelo braço a senhora, afastou-a para longe e eu prossegui na peugada do nosso guia.
E, memória puxa memória, estou a lembrar-me duma outra história, também comigo passada, aquando duma visita a Israel (com Jerusalém) e à Jordânia, há alguns anos atrás. Logo no primeiro dia, em Telavive, inquiri ao guia local que nos acompanhava, da razão da insistência de Israel em construir colonatos? Colonatos! O que é isso?! Foi a resposta, repetida três vezes à minha insistência na pergunta ("provocatória", concedo, como o era a sua resposta). A resposta dei-lha ( "vingativa", também concedo), por "vias travessas", quando, em Jerusalém ele apontava para uma porta e explicava (?) que foi ali que Jesus Cristo teria dito que "é mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha do que um rico entra nos reino dos céus" (uma das minha frases preferidas...). Por mim perguntado a que se referia Jesus ao falar de camelo, respondeu, impante, que era o "animal com duas bossas" que toda a gente conhece. Elucidei-o que não, mas sim uma "corda grossa de prender barcos" ( o que aliás só assim fará sentido na alegoria). Pelos vistos não sabe o que são "colonatos" nem "camelos", pensei eu...
Sei que os comentários são livres e não são a mim que pertencem mas, sem jurar ("quem o jura é quem o é, cabeça de jacaré", dizíamos nós em miúdos), este texto não é anti-semita. É sim, através de histórias vividas, ir contando como vejo o mundo. E essa mundividência engloba toda a variedade de seres humanos e sociedades que me vão mostrando como "Deus" se "distraiu" na sua criação, como os "homens" se vão julgando portadores de "verdades" ( o exemplo dos muçulmanos que matam em nome de Alá, que é a  "verdade".... deles) e este mundo "não tem conserto". Nunca me esquecerei de Auschwitz, mas também  não de Hiroshima ("adorei" ir lá), nem dos Gulag, nem do "Main Kampf", nem do "Pavilhão dos Cancerosos". Neste caso foram somente dois judeus com quem me cruzei, ou seja, um átomo de várias moléculas que não se lembram que o planeta Terra é só um e caminha para o fim climático e existencial como espécie.
Termino: parabéns Professor Marcelo pois Jerusalém pertence a todos e, que me lembre, há por lá três religiões a vivê-la. Todas do LIVRO... E, não praticando nenhuma, também lá "tenho um bocadinho"...

Fernando Cardoso Rodrigues

1 comentário:

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