quinta-feira, 12 de abril de 2018


O homem – problema para o homem(Gabriel Marcel)


"Quem sou eu- pergunta o homem - porque  é que vivo, que sentido tem tudo isto? O Estado não lhe pode responder. Não conhece senão os conceitos abstractos: empego, orçamento, industrialização, reforma agrária,etç. O mesmo acontece com a sociedade em geral. No universo do Estado e da sociedade , este homem não representa nenhuma realidade viva. É um número numa ficha, num dossier que tem uma infinidade de outras, cada uma com o seu número.

No entanto este homem não é um número; é um ser vivo, um  indivíduo e, como tal, fala-nos de uma casa, uma casa bem determinada que é sua e dos seus, dos seus animais, cada um com o seu nome. É a tudo isto que o homem se refere quando põe a pergunta, sem resposta: Quem sou eu? Que sentido tem tudo isto?"


Amândio G. Martins

3 comentários:

  1. Como se concilia então o ser individual único com o ser gregário que dele faz parte? É inconciliável? Mas nós estamos cá porque a possibilidade se concretizou! E foi possível pela (des)organizção que se gerou, ou não? Se, ontologicamente, somos individuais, se não for o Estado, quem nos organiza? Somos um número para aqule e para a... sociedade(sic))? Agora que tipo de Estado é que é o cerne da questão. Totalitário e todo poderoso, "organizando" o colectivo a seu bel prazer mas sem qualquer sentido do individual "misterioso", não. Estado mínimo, tão a gosto dos "narcisos" desalmados, também não. Entre o restante "leque" eu já fiz a minha escolha individual, sabendo que, sendo único, se impõe uma gestão da sociedade... comigo dentro.

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  2. O facto fundamental da existência humana é o homem como homem; passou a ser tratado como um número quando se organizou em sociedade, porque os estados, mesmo os de génese democrática, tendem sempre para o totalitarismo, a coberto do que chamam "razões de Estado". E o que se passa agora com querer baixar o défice a todo o custo é mais ou menos isso...

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    1. Não concordo consigo que todos os Estados tendem para o totalitarismo pois, sendo muito céptico, não me quero niilista. Quanto ao défice, por hoje já tenho a minha conta de "exaltação emocional" com o que disse na Antena Aberta da Antena1... O Sr. Centeno quer fazer de Mister Scrooge, como se o aforrar fosse o mesmo que ser onzeneiro, ainda por cima com desprezo pelos serviços públicos essenciais! E então a palavra "gestão"?! Há a boa e a má, e não somente a "formiga e a cigarra", "penso eu de que...".

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