quarta-feira, 10 de julho de 2013

Ninho de Escorpiões

O sol na moleirinha deu-me para isto:

Seis quadras quase ‘aleixo’osas


Tortuoso é o portas
Pior que um cavaco
Companhias tortas
E passos de um velhaco.

O Terreiro do Paço
Ninho d’escorpiões
Só uma ‘muralha d’aço’
Evitaria tais ferrões.

E o povo ensandecido
Por dolorosas picadas
Aguenta estarrecido
Essas fortes estocadas.

E nada está seguro
Na oposição desunida:
É como jogar no escuro
A honra, o pão e a vida.

A honra, a independência
Nas ruas d’amargura
Como a vil indecência
Uns terem tanta fartura.

E a restante maralha
Qu’alimenta tais galfarros
Antes lhes faça a mortalha
Que manter-lhes esses tachos.


José Amaral

Sem comentários:

Enviar um comentário

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.