Individualistas já somos , egoístas nem tanto éramos, mas
estamos a ficá-lo, em grande.
Das mais pequenas situações às maiores cada um tenta salvaguardar
o seu espaço, proteger-se o melhor conseguível, e quem estiver ao lado ou
atrás, que se lixe. Não estivesse!
O que vai à frente tem que ser ultrapassado a todo o custo,
mesmo calcando-o, mesmo esmagando-o, se indispensável for. Cada um trata
bem de si e do seu espaço. O resto é lixo.
Claro que institucionalizando-se, como está a ser o caso,
estes procedimentos, estamos a cada dia que passa a mais selvagens nos tornarmos.
Vale tudo.
Em tempos achei que a policia a vigiar os nossos comportamentos
era uma grande maçada. Hoje, quando não se vê polícia em sitio algum, por falta
de dinheiro para os fazerem deslocar em trabalho/serviço, para onde necessário
seria estar, sinto que faz falta. E
tenho pena de "isto" dizer tendo vivido antes do 25 de Abril de 1974
quando tudo era excessivamente controlado, mas vivendo agora, neste tempo, em
que vale tudo. Dá que pensar!
Dir-se-á que "até olhos vale arrancar" se nos
derem jeito para ver melhor ou até para
o outro deixar de ver, conforme nos der - egoisticamente - mas jeito.
Sem necessariamente ter que referir casos concretos, bastará
referir alguns que talvez todos façamos,
achando bem, e incomodando quando nem nos incomodam.
Quando de automóvel: na passadeira não passa o peão;
passamos o semáforo vermelho; conduzimos sempre pela faixa da esquerda desde
que haja mais que uma, em cada sentido, mesmo indo devagar; calcamos
propositadamente os riscos contínuos; nunca fazemos sinal de pisca quando
mudamos de direcção; , paramos em segunda ou terceira fila até para ir tomar café.
Quando a pé nas compras: colocando o carrinho na filas da
caixa quase vazio e continuando a fazer compras e enchendo o dito carrinho,
para sermos rapidamente despachados no pagamento; na fila prioritária não dando
passagem - a algo raro, mas que ainda
acontece - a grávidas, pessoas com
crianças ao colo, e "isso", pessoas com dificuldade de locomoção e/ou
velhos...
Quando a pé noutros espaços públicos: Se várias pessoas estão
a passar uma mesma porta em vez de a segurar para deixar passar, quase se larga
para bater no focinho de quem vem atrás. Pior que se o cão fosse. Dado não
poucas vezes, tratar-se melhor o cão que os nossos semelhantes!
Os exemplos não acabam, cada um que os (re) pense! E se nos
armarmos em educados, corremos o risco de ser considerados lorpas, ultrapassados,
anormais, ou pior ainda.
Talvez não devamos continuar a nivelar os nossos
comportamentos em sociedade cada vez mais por baixo, dado que a selvajaria quanto mais tomar conta de nós,
mais desorientados nos terminaremos. Mas vale tudo....
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