Há muitos meses que é pedida uma intervenção
presidencial para resolver os problemas da crise financeira, e mais
recentemente, da própria crise governamental. Os cínicos que a pediram, foram
os primeiros a querer diminuir os já escassos poderes do Presidente (CS)
aquando da Constituição de 1976. Não descansaram enquanto não o reduziram a um
"corta fitas", deixando-lhe nas mãos apenas a "bomba
atómica" da dissolução da Assembleia da República, coisa que Sampaio fez,
para lá "colocar" o "seu" governo do PS. A decisão de CS
surpreendeu os partidos, mas era de esperar que embora CS sempre tenha sido um
timorato toda a vida, agora quando lhe arranjaram uma situação em que o seu
arqui-inimigo Portas e o velho opositor da JSD (Passos) dos tempos dos governos
CS (com Ferreira Leite Ministra da Educação) se puseram os dois a jeito, ele
não quis perder essa única oportunidade de fazer "um bonito". E então
na última fase do mandato, em que toda a esquerda lhe pedia eleições, nada melhor
do que ficar na foto da História como um Presidente "democrata". Por
isso nada de bom vai resultar da sua inovadora ideia do "compromisso de
salvação nacional". Se eventualmente os 3 partidos conseguirem chegar a um
acordo, ele será tão vazio de objectivos e metas quantificadas que os credores
da "tróica" não o irão aceitar, e até os portugueses na generalidade,
que não costumam ser parvos. Por isso, depois de uma semana de reuniões, que
mais não fará do que aumentar a impaciência dos credores e concomitantemente,
os juros da nossa dívida, CS acabará por se ter de desdizer, e convocar
eleições, não para daqui a um ano, como insolitamente pretendeu, mas imediatas.
Ficará totalmente descredibilizado, mas assim
não se ficará a rir dos restantes dirigentes dos 3 partidos, que há muito
navegam nessas mesmas águas.
O povo, esse que se lixe, como dizia o outro.
Manuel Martins
Alandroal
OBS. Este artigo foi publicado, na íntegra, no semanário "SOL" no dia 19/7/13.
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