A CONDECORAÇÃO DE BARROSO

Começo por confessar que desde sempre nunca simpatizei com Durão Barroso (DB). Pelo seu truculento passado maoísta. Por ter abandonado o Governo, deixando-nos entregues ao inacreditável Santana Lopes, e que, em última análise, proporcionou o consulado desastroso de José Sócrates. Por isso mesmo, serei insuspeito em considerar uma manifestação de inveja e mau portuguesismo, o ruído e as críticas, algumas soezes, sobre a condecoração atribuída pelo Presidente. Foi o português que desempenhou a mais importante função política desde sempre, a nível internacional. Temos que friamente constatar, sob pena de desonestidade intelectual, que DB desempenhou o cargo com competência, determinação e inteligência. Conseguir que a UE e o Euro não tivessem desabado, na sequência da grave crise financeira mundial de 2008, foi tarefa muito relevante, que não estava ao alcance de muitos. Não estaria certamente ao alcance daqueles maledicentes, que hoje de forma antipatriótica criticam a condecoração. O Presidente afirmou, e não tenho motivos para duvidar, que nos seus dois mandatos (só isso constituiria prova do seu sucesso) DB sempre lutou pelos interesses específicos de Portugal. As críticas em Portugal chegam a ser caricatas e até estúpidas, se as compararmos com os elogios em Bruxelas dos parceiros europeus, com destaque para Junker, seu sucessor. A ausência de todos os partidos da oposição ao acto da condecoração, é um ultraje a nível institucional, indigno de eleitos do povo. Para mim, os "débitos" de credibilidade que antes referi, foram largamente redimidos e excedidos em créditos favoráveis pelo desempenho de DB nos seus dois mandatos. Parabéns ao condecorado e felicidades na sua vida futura.