Eles abriram o
caminho…
…e as pessoas acordadas logo se
juntaram, organizaram e gritaram “esta é a madrugada que eu esperava”. Foram
dias de muita alegria. Os presos políticos vieram para junto das suas famílias e
todos íamos abrindo o coração e as palavras saltavam sem medo e cantaram…”A paz, o pão,
habitação, saúde, educação…” O
salário mínimo fixado, as férias e os subsídios para nos ajudar a ir até à
praia. E acabou a guerra que estava a matar os nossos jovens. E alguns mais
esclarecidos voltaram-se para a Terra – os baldios, as coutadas, arrendamentos
rurais e até se voltou a ler a lei das Sesmarias.
Organizou-se os sectores básicos da
economia, estabeleceu-se o serviço cívico estudantil, e o direito à licença de
maternidade e tantas mais coisas que, apesar de exigirem muito do povo
trabalhador criava expectativas de ser possível traçar um caminho que, embora
não ser só facilidades, haveria uma certa estabilidade para criarmos uma Família
e dos filhos esperarmos os nossos netos.
O quê? Ali “onde a acaba a terra e o
mar começa” são eles a mandar?!
E vieram “os mordomos do universo
que vieram beber o vinho novo” e hoje apesar das muitas lutas há muitos que
ainda não perceberam que não devem ir por ali, que temos a nossa terra, a nossa
história, os nossos netos que podem e devem ter futuro, aproveitar este Sol que
nos enche a alma. Ah! mas fizeram dívidas!? E agora têm de pagar! Claro que
temos de pagar mas podem ser pagas sem esventrar os nossos corações. Há
alternativa aos desmandos, há outras soluções.
Eles abriram caminho há quarenta
anos! Está nas nossas mãos não desistirmos e obrigar que os ventos mudem e nos
tragam Esperança.
Jornal Público de 17/11/2014
Esperança!!
ResponderEliminarPensar positivo - temos menos a perder.
Obrigada Amiga Céu pelo apoio.
ResponderEliminarNada cai em cesto roto. Alguma flor e pão um dia brotarão.
ResponderEliminarMuito lindo este texto. Infelizmente muito boa gente que dá apenas valor ao ter e não dá valor ao ser, já se esqueceu das portas e do caminho que Abril abriu. Mas tal como nos 48 anos de ditadura, continuará a existir homens e mulheres que resistem contra esta "ditadura" do capital a quem alguns manhosamente agora apelidam de "economia de mercado" e lá vão vendendo Portugal. Contra tudo isto, Lutar é que, é pensar e agir positivo.
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