À luz da Constituição a data das eleições vai ser cumprida.
A menos que aconteça uma crise política, ou um surto incontrolável de legionella pnemophila, muito por culpa
das gotículas e dos vapores dos duches do banho. Só uma dessas duas situações de
contágio pode alterar a data, se bem que a segunda não esteja expressa na Lei
fundamental.
No caso das eleições, a Constituição tem uma luz própria –
com muitos lumens - ilumina todos e
não deixa dúvidas. Noutros casos, quando a luz é fosca, luz de presença que não
deixa ver (e entender) com nitidez as letras todas, atamanca-se a leitura.
As leis são processos de interpretação dinâmica, podem ser
vistas com diferentes candeeiros, e veem-se melhor ou pior, consoante a intensidade
da lâmpada e os olhos postos nelas.
No palácio do Factor X
há várias luminárias. Alumiando
umas, ou apagando outras, assim ele vê os objectos ou os conceitos que povoam a
sua mente, com mais ou menos luminosidade. Depende também dos dias, da
disposição e de uma inquestionável equidistância.
Um exemplo de visão: a Constituição vista à luz de uma
crise política, leva a um esforço acrescido no olhar, abajours mais potentes, e mesmo focando o olho – e logo a atenção -
origina um lacrimejo e brotoeja na vista, o que dá dores de cabeça incómodas.
Na miopia do X só há crise política se a oposição não quiser
entendimentos. Fugas para o estrangeiro e deixar todos pendurados, distribuir
medalhas a apaniguados de pacotilha, aconselhar investimento de poupanças nos
sacos dos meliantes, tudo isso é só uma leitura enviesada, devido as cataratas.
O Factor X já não tem idade para ver sem
óculos, mas tem quem veja por ele.
Sobre a Legionella
pneumophila há pouco a dizer e nem sequer está considerada na Constituição:
não parece que resista até ao próximo ano, é um fenómeno infeliz que a causar
muitas vítimas não vai atingir os balneários institucionais, entretanto
desinfestados com lixívia.
Alguns jornalistas perguntam se há mão humana neste surto.
Nada indica que os Jhiadistas (não se
fique com ideias de perguntar ao ministro: que ele diz!) de Monte Abraão tenham
uma célula organizada a actuar em Portugal, e a própria pergunta – de per si – é muito fraquinha.
Voltando às cataratas, vulgo visão turva: relativamente a um
lampejo de eleições antecipadas, mesmo que olhadas com o apoio da luz ofuscante
da mesa de cabeceira do X, ou votamos nos mesmos (há outros por aí?) e em
maioria, ou então a sua interpretação da Constituição diz que não há governo. E
se ele o diz e amua não há nada a fazer.
A lei fundamental é para cumprir assim como a data das
eleições, a colecta dos tostões em parte
incerta do BPN, a criminalização ou não na história da Terceira Pessoa da
Trindade , a igualdade de direitos e deveres tributários de todos os cidadãos - públicos ou privados - e a própria da legionella pneumophila - que não tendo
sido convidada a imiscuir-se sem mais nem menos na pacatez dos tempos de espera
da triagem de Manchester, não deixa de ser um assunto sobre o qual o X
também se debruça.
A Constituição deve ser bem lida seja à luz da vela, do
petromax ou do candeeiro Philip Starck.
Daí a necessidade imperiosa de se investir em Portugal na formação
de bons oftalmologistas, ou então aumentar o tamanho da letra da Constituição.
Há muitas alimárias nas escadas do poder. E por mais que as letras sejam, elas nada entendem.
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