Estas palavras foram
recentemente proferidas pelo Presidente do Sindicato Nacional do Ensino
Superior, António Vicente, e deixam transparecer o profundo descontentamento
pelo modo como a Ciência e o Ensino Superior foram subalternizados, não apenas
por Nuno Crato, mas, sobretudo e principalmente, pelo Primeiro-Ministro Pedro e
o seu Vice Paulo, e pelos partidos que suportam esta maioria.
O pecado original, esse,
remonta ao momento em que um conjunto de iluminados e ditos experts propuseram a composição do
governo mais pequeno de que há memória, sob o pretexto de dar o exemplo, não
sei bem de quê! Porque estão por demonstrar os ganhos e poupanças que se
alcançaram com a redução do número de ministérios.
Admito mudar de opinião, se me
provarem com factos, e numéricos, pois não costumo levar ao extremo o exercício
de teimosia a que já nos habituou Pedro, que o diga Paulo…
Mas voltemos ao erro lamentável
cometido por este governo e por esta maioria, a fusão do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior com o Ministério da Educação.
O Ministério da Educação, de pequeno
monstro, indomável por natureza, acabou por engolir de uma penada a Ciência, a
Tecnologia e o Ensino Superior.
Podemos pensar que foi para
romper de forma inequívoca com a herança de Sócrates e do Ministro Mariano Gago…
Esqueceram Pedro e Paulo, e
seus diletos, que já no Governo de Durão Barroso, a Ciência, a Inovação e o
Ensino Superior formavam um só Ministério, comandado, e bem, pela Professora
Doutora Maria Graça Carvalho, atual eurodeputada pelo PSD, talvez uma das
figuras mais proeminentes a nível do Parlamento Europeu neste âmbito, e a quem
se deve uma das mais audazes agendas para a próxima década ao nível da Ciência
na Europa.
Deixo um conselho gratuito ao
nosso talentoso comissário europeu Carlos Moedas para que possa fazer um bom
trabalho à frente da pasta que lhe foi atribuída na Comissão Europeia.
Aprende dos mestres, ouve o que
diz a Professora Graça Carvalho. Não cometas o mesmo erro em que voluntária ou
involuntariamente Pedro e Paulo incorreram ao não aprender de quem sabe, e
Graça Carvalho sabe …
O resultado está à vista, a
Ciência e o Ensino Superior, áreas estratégicas no nosso país, passaram a
parente pobre e leproso, que é preciso isolar para evitar o contágio.
Só de pensar que o PS de Costa
já estará a divisar no horizonte voltar a separar o que Pedro e Paulo uniram…
Resta saber quem ocupará a
pasta num futuro governo socialista, se o Mariano Gago de sempre ou se o
desempoeirado e putativo candidato presidencial, Sampaio da Nóvoa. Tudo depende
se o Bom Samaritano Guterres decidir ir curar as feridas da ONU, tão
necessitada que está.
A Ciência e o Ensino Superior
estão doentes, diria antes, que se sentem órfãos de pai e mãe, porque nem PSD
nem CDS querem assumir uma paternidade e maternidade responsáveis.
Pode ser que a pasta que saiu
na rifa a Carlos Moedas faça mudar de ideias a Pedro e Paulo, quanto mais não
seja pelas Moedas que o Carlos pode canalizar para o país que o viu nascer e
partir para Bruxelas. Lembra-te dos pobres, lembra-te de nós…
Em suma, e em jeito de
conclusão, mais do que culpar Nuno Crato (coitado, não tem Secretários de
Estado que ajudem…), devia antes apontar-se o dedinho a Pedro e Paulo que não
souberam ou não quiseram corrigir o erro, como fizeram ao voltar a separar o que
ambos uniram ao nível do Ambiente e da Agricultura.
Sempre é tempo para aprender que nem só do
básico e secundário vive o homem…
É mais um ministro da 'mula ruça'!
ResponderEliminar