A cada 24 horas que passam, parece aproximar-se o dia D. O
dia da geringonça se desmantelar. São cada vez mais duras e mais repetidas, as
reivindicações das classes privilegiadas e com peso, que se manifestam ou
ameaçam a composição de esquerda, e parar o país na contra mão. Elas são,
juízes, professores, médicos, e enfermeiros a quererem maior reconhecimento e
licenciaturas administrativas, ou na modalidade Relvas e semelhantes, ou membros
da Protecção Civil, entre outras regalias. Ainda, guarda prisional, agentes do
SEF, autarcas sob fogo, bombeiros com mangueiras cheias de queixas,
agricultores entre a seca e a falta de pasto e de sombra, e depois os da cidade
sob brasas e à míngua, entalados entre facturas a pagar no prazo, e salários
antiquados, como admite e reconhece Bruxelas. Todos empunhando a chave de
porcas e de parafusos, para desfazer a geringonça em pedaços, já dá de si,
denotando alguma falta de lubrificação, e a caminho de gripar. A pressão maior
vem das classes com maior impacto na vida do povo, e na sua saúde, e nos
efeitos que o sujeitam ao sacrifício, quando recorrem aos serviços de tais
grupos e instituições, agitados e apostados agora em fazer a vida negra ao
governo. O ministro que fala, bem tenta despoletar e sensibilizar a consciência
dos fortes e retrata o país dos fracos, velhos e doentes, que quase não gritam,
pedindo a Deus e aos homens a sua gota de
água, a que têm direito e lhes é devido. O ministro das contas boas,
esforça-se por cumprir as metas estabelecidas e aquelas a que está obrigado, e
não quer derrapagens. O governante chefe do executivo, vai conduzindo a
máquina, procurando que ela não saia do trilho estreito por onde rola, de
solavanco em solavanco por entre tragédias de sangue e lágrimas e erros
“panteónicos”. Mas as classes favorecidas não desarmam e ouvem-se num tom
ameaçador, pela voz dos seus sindicatos, fazer paralisar o país pobre e sem
recursos. Querem mais e melhor. A coligação que sustenta o governo, titubeante,
ajusta o equilíbrio que a palavra permite, ensaia recuperar e devolver os
ganhos retirados no passado, pelo governo anterior a mando da troika, e por
vontade própria. A coisa e o país entraram em desgaste. A geringonça cada vez
mais sente as peças ruidosas, e os pedregulhos postos no caminho pelas
organizações e classes com domínio e impacto na sociedade, a criarem
obstáculos, que a impeçam de chegar inteira, ao final da corrida, que iniciou
montada de forma surpreendente. Tudo aponta para uma interrupção na marcha que
começou com esperança, e que alguns apostam torná-la sucata, para fazer
regressar a direita política, ao poder, se a porta se escancara. O que não
acontecerá, valha-nos o sensato juízo na estratégia encontrada, vedante, e em
movimento democrático!
*-(publicado hoje, 19/11/017, no DN.madª)
Eu, José B M C Amaral, peço licença para subscrever o texto. Um abraço, Amigo de pena fiel arguta.
ResponderEliminarSó agora li.E eu, Francisco J Ramalho Nunes, peço licença para discordar.Encontrou-se esta solução e vamos todos ficar mudos e quietinhos com medo que ela se escangalhe? Pára a luta de classes enquanto ela durar? Resignamo-nos -nos com as assimetrias? Somos coniventes com elas? Eu não sou!
ResponderEliminar...eu não alinho na "luta" da terra queimada. Já ardeu o suficiente para que a bonança tome lugar. Essa forma de "ou vai ou racha" não serve nada nem ninguém. A terra precisa de arejar. Rachas, só se forem as que cheiram a iodo ou peixe. Há gente que mal vê um tostão a reluzir, quer logo metê-lo no bolso, sem ter em conta o amanhã. Daí a "luta" dos privilegiados, dos que já ganham mais que a maioria dos portugueses. Essa não é a melhor distribuição da riqueza. Apenas aumenta o fosso entre quem pode e não pode. Entre ricos e pobres!
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