De uma área política que não a deste governo, confesso que no início
olhei sempre com muita desconfiança para as possibilidades de Portugal se
manter dentro dos limites do Tratado Orçamental, pagar a sua dívida brutal e
manter os compromissos políticos com o PCP-BE. Mas o certo é que o caminho
fez-se caminhando e o ministro das Finanças, ressalvados alguns apontamentos na
AR, em que inicialmente se prestou a um papel partidário que não lhe ficou bem,
depois corrigiu o rumo e conseguiu agora ser designado pelos seus pares
presidente do Eurogrupo. Não sendo um lugar institucional da UE, é sem dúvida
prestigiante e recompensa Portugal, ao mesmo tempo que indubitavelmente reforça
a sua credibilidade. E sobretudo reforça a credibilidade do ministro em
Portugal, face aos agentes políticos, designadamente os da esquerda. E o
ministro "soltou-se", está mais afirmativo, mais confiante do que
nunca. Eu só faço sinceros votos que se mantenha assim confiante, e que até ao
fim do seu mandato prossiga a ideia que fez a primeira página do PÚBLICO ao dar
à estampa uma entrevista com T. Sousa. Transcrevo, pela importância: "no
caso português, há um indicador absolutamente essencial que é a redução do peso
da dívida no PIB" (fim citação). Se este propósito tivesse sido definido
antes desta eleição do Eurogrupo, teria corrido o risco de ser desautorizado
pelo PCP-BE, agora espero bem que seja corajoso e que consiga resistir às ondas
de choque que inevitavelmente se seguirão.
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