sábado, 12 de maio de 2018


Do “fiasco” do e-book


A notícia do JN começa por dizer que os jornais online ainda não substituíram os jornais em papel; a televisão não acabou com a rádio; os DVD não destruíram o cinema e os e-books também não acabaram com os livros em formato tradicional.

No que aos livros diz respeito, no caso português, são referidos os múltiplos factores que concorrem para essa realidade, como o custo dos dispositivos móveis, a iliteracia digital e os fracos hábitos de leitura; e, neste aspecto, é pena que o “jingarelho” que permite a leitura não contribua para aumentar esse hábito enriquecedor naqueles que dominam a tecnologia.

E, na verdade, a imensa quantidade de gente que “vive bem” sem  leitura  faz sentir essa lacuna por todo o lado e nos mais ínfimos pormenores; de facto, só dizem e escrevem baboseiras, de que nem fazem a menor ideia,  como aquele título que um dia destes encimava um chorrilho de inanidades: “A procissão ainda não saíu da igreja, nem sequer chegou ao adro”! Enchem as redes de comunicação de enormes quantidades de lixo e se alguém lhes fizer sentir essas deficiências, em vez de se corrigirem e procurarem melhorar, leva “chumbo grosso” na resposta ou, o que acaba por ser melhor, não leva resposta nenhuma...

Por mim, que sou do tempo em que muitos dos livros com que me deliciava ainda traziam as páginas ligadas, começando logo na sua separação o gozo do livro, nunca seria capaz de deixar de os comprar, a menos que, por “desgraça”, desaparecessem do mercado!


Amândio G. Martins




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