Maus auspícios para o Brasil...
O Brasil aproxima-se de um teste decisivo para o seu futuro
e para a democracia, que enfrenta o seu maior desafio desde 1985; depois de
terem conseguido, pelos mais repugnantes métodos, encarcerar a única figura que
lhes podia fazer frente e com a qual o Brasil viveu os mais prósperos anos da
sua história moderna, as forças mais retrógradas e sinistras preparam-se para
fazer regredir o país aos tempos negros que decorreram entre 1964 e 1985.
Jair Balsonaro, ex-militar formado naqueles tempos de má memória, não se inibe de elogiar
a época em que, em nome da lei e da ordem, que são os slogans com que este tipo
de gente se propõe alcançar o poder, se levaram a extremos o desrespeito pela
lei, pela ordem e pelos direitos humanos.
Admirador confesso de gente como Trump e o filipino Duterte,
não hesita em defender os seus métodos e faz afirmações tão reveladores do seu
carácter como estas: “Se vir na rua dois homens a beijar-se corro com eles a
soco; se tivesse um filho gay preferia vê-lo morrer atropelado; sou um capitão
do exército, fui formado para matar.
A Time dedica 6 páginas à situação no Brasil e ao perigo
Balsonaro; os jornais do país, tendo em conta o que dele bem conhecem,
chamam-lhe o “Trump dos trópicos”, tal a admiração que vem revelando pelo
norte-americano, sbscrevendo as suas mais polémicas decisões na diplomacia, no
comércio e no ambiente...
Amândio G. Martins