sexta-feira, 4 de janeiro de 2019


Ignorância que mata...


Penso que qualquer pessoa que não seja destituída tem, à medida que se vai desenvolvendo fisicamente e tomando consciência do mundo que a rodeia, obrigação de adquirir competências que lhe permitam sobreviver e defender-se; e custa a crer que ainda morra gente em Portugal asfixiada por monóxido de carbono porque leva para o quarto de dormir, revelando chocante ignorância, uma braseira rudimentar para aquecer um espaço fechado.

Todavia, é raro o ano em que, quando o tempo arrefece para níveis muito baixos, não haja gente a morrer desta forma; no mais recente caso a notícia refere um casal de emigrantes em férias de Natal, a quem o frio da época induziu a cometer a fatal imprudência.

E um homem com quarenta anos já pertence a uma geração que teve acesso mais facilitado a uma instrução que lhe permitisse saber que uma braseira em espaço não ventilado consome o oxigénio indispensável à vida; além de que, sendo emigrante, já andou por outras terras onde podia, se quisesse, aprender muita coisa importante...


Amândio G. Martins

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