Descentralização...
A descentralização administrativa é, neste país, uma daquelas
histórias para boi dormir que já levam dezenas de anos a ser contadas; num
livro escrito em 1985, no âmbito da sua candidatura à presidência da República,
Freitas do Amaral dizia:
“As declarações oficiais a favor da descentralização são
quase diárias, a constituição é descentralizadora, como o são os códigos e outros
diplomas e todos os partidos, todos os programas políticos e todos os governos
se confessam abertamente descentralizadores, mas a realidade é profundamente
centralizadora.
É que descentralizar é transferir do Estado para as
autarquias atribuições e competências que incumbiam ao poder central,
transferindo também os recursos humanos, técnicos e financeiros necessários
para o exercício dessas atribuições e competências.
O peso relativo da administração central e das autarquias
locais, no conjunto do sector público administratico era, em 1973, 94%
administração central e 6% autarquias; em 1984, a mesma relação era de 93.6%
administração central e 6.4% autarquias, sendo que, do total da despesa
pública, mais de 90% ainda compete ao Estado central e menos de 10% às
autarquias locais.
E isto é tanto mais notório quanto a proporção das despesas
da administração central no conjunto da despesa pública é, em França, 75% / 25%
e na Inglaterra 50% / 50% “...
Amândio G. Martins
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