quarta-feira, 5 de junho de 2019


Os mesmos “bonzos” em todo lado...


Sempre que o actual governo tomava alguma decisão em favor dos que vivem do salário do seu trabalho, logo se ouviam as “Jeremíadas” dos representantes dos poderosos, alertando para o “perigo” de tais medidas criarem desinvestimento e desemprego; sempre que saía uma estimativa do governo, fosse para o que fosse, logo surgiam os génios do costume a desacreditá-la, que era de todo inalcansável.

Entretanto, com o tempo a passar e a dar razão ao governo, dado que os objectivos estabelecidos não só eram cumpridos como ultrapassados, lá vinham eles com as mais caricatas explicações, mas nunca o reconhecimento de que o caminho escolhido tinha sido correcto, como agora também insiste um nobel de economia, Edmund Phelps, em entrevista ao "Dinheiro Vivo", dizendo que tem sido “divertido” ver a recuperação portuguesa, mas que tem dúvidas quanto ao modelo.

Tal como por cá, também Pedro Sánchez, em Espanha, enfrenta a mesma lengalenga, ao ponto de fazer agora uma declaração pouco usual, dirigida ao Banco de Espanha: “El Gobierno pide al BdE que deje de criar alarma”, como resposta às intervenções frequentes desse Banco, fazendo coro com as organizações do patronato, que ainda agora foram desmentidas pela realidade quanto ao desemprego, que tinham afirmado ir subir muito com o aumento do salário mínimo: “El paro registra su dato más bajo en 10 años”, responde o organismo competente.

O mesmo Sánchez vê o Tribunal Supremo encravar a mudança dos restos do ditador Franco, marcada para daqui a dias, argumentando que a exumação faz sofrer a família e causa danos ao Estado, em resposta à  medida cautelar apresentada pelos Martinez-Bordiú, netos de Franco, obrigando mais uma vez o governo a recorrer à paciência, com os comentadores a questionar os direitos de uma família cuja fortuna foi roubada ao povo espanhol e nunca respeitou os direitos deste, que tarda em ver reparada a dor das famílias das vítimas assassinadas...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Deve ser isso; ontem ouvi vários juízes jubilados do Supremo indignados com aquela decisão de protelar a retirada da múmia de Franco, sobretudo pelas razões apresentadas: atender ao sofrimento da família, que nunca atendeu ao sofrimento dos familiares das cerca de 50 mil vítimas que, segundo ouvi a um ex-presidente do Congresso, José Bono, foram assassinadas já com a guerra acabada, só por haver suspeitas de serem de esquerda, baseadas em denúncias de ódio...

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