Os mesmos “bonzos” em todo lado...
Sempre que o actual governo tomava alguma decisão em favor
dos que vivem do salário do seu trabalho, logo se ouviam as “Jeremíadas” dos
representantes dos poderosos, alertando para o “perigo” de tais medidas criarem
desinvestimento e desemprego; sempre que saía uma estimativa do governo, fosse
para o que fosse, logo surgiam os génios do costume a desacreditá-la, que era
de todo inalcansável.
Entretanto, com o tempo a passar e a dar razão ao governo,
dado que os objectivos estabelecidos não só eram cumpridos como ultrapassados,
lá vinham eles com as mais caricatas explicações, mas nunca o reconhecimento de
que o caminho escolhido tinha sido correcto, como agora também insiste um nobel
de economia, Edmund Phelps, em entrevista ao "Dinheiro Vivo", dizendo que tem
sido “divertido” ver a recuperação portuguesa, mas que tem dúvidas quanto ao
modelo.
Tal como por cá, também Pedro Sánchez, em Espanha, enfrenta
a mesma lengalenga, ao ponto de fazer agora uma declaração pouco usual,
dirigida ao Banco de Espanha: “El Gobierno pide al BdE que deje de criar
alarma”, como resposta às intervenções frequentes desse Banco, fazendo coro com
as organizações do patronato, que ainda agora foram desmentidas pela realidade
quanto ao desemprego, que tinham afirmado ir subir muito com o aumento do salário
mínimo: “El paro registra su dato más bajo en 10 años”, responde o organismo
competente.
O mesmo Sánchez vê o Tribunal Supremo encravar a mudança dos
restos do ditador Franco, marcada para daqui a dias, argumentando que a exumação
faz sofrer a família e causa danos ao Estado, em resposta à medida cautelar apresentada pelos Martinez-Bordiú, netos de Franco, obrigando mais uma vez o governo a recorrer à
paciência, com os comentadores a questionar os direitos de uma família cuja
fortuna foi roubada ao povo espanhol e nunca respeitou os direitos deste, que
tarda em ver reparada a dor das famílias das vítimas assassinadas...
Amândio G. Martins
Colocar pedras marcadas no caminho...
ResponderEliminarDeve ser isso; ontem ouvi vários juízes jubilados do Supremo indignados com aquela decisão de protelar a retirada da múmia de Franco, sobretudo pelas razões apresentadas: atender ao sofrimento da família, que nunca atendeu ao sofrimento dos familiares das cerca de 50 mil vítimas que, segundo ouvi a um ex-presidente do Congresso, José Bono, foram assassinadas já com a guerra acabada, só por haver suspeitas de serem de esquerda, baseadas em denúncias de ódio...
ResponderEliminar