A data foi festejada e nunca o deixará de ser pois caiu o símbolo da divisão entre dois mundos: o livre e o do comunismo soviético. Daí para cá, 30 anos, toda a esperança duma justeza livre não se realizou e, como diz Jacques Rupnik ( JR), "hoje a clivagem é de novo engtre os partidáros da abertura e os defensores do fechamento". Francis Fukuyama falhou as suas previsões de "Fim da História", que tantas ideias criou, por mais que fosse evidente que a História nunca se "fecha". E vale a pena reflectir, também com JR, que a 4/6/1989, enquanto se realizavam as eleições livres na Polónia, se dava o massacre de Tianamen. Enquanto a União Soviética se desmoronava, a China enveredava por continuar comunista e a praticar o capitalismo mais feroz, num conúbio contra-natura mas....que vai vingando. Capitalismo esse, de "casino" e rapace, que também o ocidente fez entrar nos países de leste duma forma desbragada, pela mão dos seus tecnocratas desalmados. E assim a China segue impante no mundo, entre o luxo das ruas de Xangai e a vigilância dos "cérebros" nativos, com algumas mãos decepadas aos "pilha-galinhas". Isto enquanto os de Visegrado, com um pé na Europa que os "amamenta", retoma vícios antigos que lhes ficaram e vai ainda buscar outros, mais assassinos, que medraram na geografia alemã de antes do Muro, num nacional-populismo que "fecha" e faz regredir o mundo, ancorado a um "czar glabro" que sobreviveu e se vai posicionando com uma autocracia firme do "toca, foge e mina", lendo bem as fraquezas e vilanias de Trump.. Tudo isto com o "esbracejar" dos deserdados que nunca perdoaram a Gorbatchev que tenha bem interpretado o cansaço dum regime que muito prometeu ideologicamente, para logo se "muscular" através duma "clique".
Uma nota final. Estive em Berlim três vezes. Uma atravessando o Muro, outra, poucos anos após a reunificação alemã, e a última nos 20 anos comemorativos da queda. E vivi as três situações. Da angústia claustrofóbica e opressiva da primeira, passando pela abertura ainda "mal amanhada" da segunda, até à alegria exponencial que bateu palmas ao cair simbólico dum muro de esferovite na noite de 9 de Novenbro de 2009. Por isso, festejo o dia de de hoje e.... espero festejá-lo sempre enquanto estiver vivo... e depois!
Fernando Cardoso Rodrigues
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