GOLPADAS

O mesmo sistema judicial que prendeu Lula, soltou-o agora muito antes de concluída a pena a que o tinha condenado. O que significa que foi falsa a justificação para a sua condenação. Mas, suficiente para impedir a sua candidatura e mais que provável reeleição.

Agora na Bolívia, primeiro contestaram o resultado das eleições e exigiam outras. Depois foram mais longe, exigiram a demissão de Evo Morales que para evitar um banho de sangue e a possibilidade de continuar a bater-se pelo seu povo (estava em causa em sua própria vida) foi obrigado a renunciar e a refugiar-se no México.

Na Venezuela, desde a eleição de Hugo Chavéz tudo têm feito para estrangular economicamente o país com boicotes ,embargos, até com a retenção de dinheiro do Estado Venezuelano como acontece com um banco em Portugal. E com um denominador comum: a diabolização e/ou descrédito de qualquer dos líderes citados. Tudo, evidentemente, apoiado e aplaudido pelos que nunca se conformaram que a América Latina deixe de ser o seu quintal das traseiras.

A grande vítima de todas estas golpadas, é sempre o povo. O martirizado povo indígena, ou o que para lá foi levado de África aos milhões como se de gado se tratasse. O mesmo povo que de vez em quando, saturado de tanta ignomínia, se levanta e depois é derrubado pela força bruta dos seus algozes. Até ao dia em que se levante de vez.

Que outra opção nos aponta a dignidade, se não a de desejarmos que esse dia seja o mais breve possível?

Francisco Ramalho

Corroios, 15 de Novembro de 2019