sexta-feira, 29 de novembro de 2019


De voto em voto Portugal vagueia sem memória
ânsia sem jeito em terra removida; nem o bom senso
seus avós em vermelho e verde cravam sua História
grito escondido ouve-se em agudo e tamanho silêncio
Erário de acoitos em ámen e conveniência
ao longe marina névoa em língua portuguesa cantada
recados avisos inundam vossa santa aparência
vede o Mundo que vos foi dado de mão adiantada

Europa esse teu jeito é nó górdio em desdém de mil faces
teu destino ao Mundo entregaste, do Mundo o recolheste
atreve-te já, página escrita em branco, oh indecisão

Língua portuguesa, Portugal a chamar desenlaces
alma ardente peregrina, Mundo que o Mundo tiveste
chama indelével sustem para sempre o halo da visão

Manuel José Martins

1 comentário:

  1. Vou ter que digerir este soneto para ver se ele é o que me pareceu à primeira leitura: patrioteiro e revivalista.

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