quarta-feira, 6 de novembro de 2019


Estranho critério...


Sempre conheci no país este vício: Se determinado ramo de negócio “está a dar”, assiste-se a uma corrida para isso, sem qualquer estudo de sustentabilidade; e o resultado deste procedimento não se faz esperar, com investimento perdido e uma desilusão que perdura por muito tempo, às vezes para sempre.

Se num determinado local alguém com “faro” descobre que ali faz falta determinado comércio e decide  meter ombros à coisa, quando começa a funcionar e a clientela aparece, dá nas vistas que a ideia foi feliz; mas é raro que não apareceça um idiota que, verificando que aquilo dá dinheiro, abre lá perto com o mesmo ramo ou muito semelhante, às vezes bem próximo, e a clientela que sustentava a primera loja passa a ser dividida por duas, mas não sendo suficiente para aguentar o negócio.

Lê-se no JN que o “alojamento local” atingiu o limite, o que não é nada de espantar, pelas razões acima apresentadas; todavia, há aqui um lado bom desta repentina tendência, como terem-se recuperado muitas casas em ruína, que davam mau aspecto a vilas e cidades, embora o lado perverso tenha sido correr com as pessoas carentes que as habitaram toda a vida, obrigadas a deixar o seu ambiente de sempre, para outro onde não têm pontos de referência...




Amândio G. Martins

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