Estranho critério...
Sempre conheci no país este vício: Se determinado ramo de
negócio “está a dar”, assiste-se a uma corrida para isso, sem qualquer estudo de
sustentabilidade; e o resultado deste procedimento não se faz esperar, com
investimento perdido e uma desilusão que perdura por muito tempo, às vezes para
sempre.
Se num determinado local alguém com “faro” descobre que ali
faz falta determinado comércio e decide meter ombros à coisa, quando começa a funcionar
e a clientela aparece, dá nas vistas que a ideia foi feliz; mas é raro que não apareceça
um idiota que, verificando que aquilo dá dinheiro, abre lá perto com o mesmo ramo
ou muito semelhante, às vezes bem próximo, e a clientela que sustentava a
primera loja passa a ser dividida por duas, mas não sendo suficiente para
aguentar o negócio.
Lê-se no JN que o “alojamento local” atingiu o limite, o que
não é nada de espantar, pelas razões acima apresentadas; todavia, há aqui um
lado bom desta repentina tendência, como terem-se recuperado muitas casas em
ruína, que davam mau aspecto a vilas e cidades, embora o lado perverso tenha
sido correr com as pessoas carentes que as habitaram toda a vida, obrigadas a
deixar o seu ambiente de sempre, para outro onde não têm pontos de referência...
Amândio G. Martins
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