Imagine - para longe lhe vá o agoiro! - que lhe aparece alguém, devidamente credenciado, a dizer-lhe que a sua casa se encontra em cima de uma coisa qualquer importante. Como se lhe dissessem “chega para lá”, quando, paulatinamente, circula na via rodoviária, e passa um veículo “na brasa” porque vai resgatar um gato em cima de uma árvore ou um acidentado grave. A ambulância passa-lhe por cima, fere-o ou mata-o e…paciência! Tudo foi feito de acordo com as normas, mas sem atender a que, naquele momento e naquele espaço, já lá estava qualquer “coisa” que, por acaso, até era você.
Se dissermos que o que está em causa é o interesse económico do País (ou o de uma empresa concessionária sabe-se lá de quê), isso muda alguma coisa? Indemnizam-no pela casa perdida com base em avaliações dificilmente contestáveis, em que o valor não chegará para comprar um T-qualquer-coisa longe dos sonhos que o levaram à construção da sua vida.
Os moradores de Gouvães, Alto do Tâmega ou Daviões já lá estavam antes da descoberta dos “filões de ouro”. De pouco lhes serve terem sido mais rápidos do que estes capitalistas, retardatários mas muito mais fortes, na tomada de posse dos terrenos. Resta-lhes um belíssimo contentor com vista para “ontem”.
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