Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
terça-feira, 12 de novembro de 2019
A minha G3
Da primeira recordo o tapa-chamas que me roubaram e que "recuperei", pagando, na "Feira da Ladra"em Lisboa, seguindo o conselho dum soldado que, suspeito, terá sido o "ladrão" que agora praticava a "boa acção" de rescaldo... A segunda, a mais necessária, recordo-a... porque não a tinha comigo! Era o 25 de Junho de 1974, data do aniversário da Frelimo (depois do 25 de Abril...) e esta atacou o nosso quartel com armas pesadas que facilitaram o "golpe de mão" com que se introduziram naquele. Quando "elas começaram a cantar", estávamos na "janta", pensei em ir buscar a G3 ao quarto onde dormia, mas o medo desorientado era tanto que "somente" corri para o abrigo onde, com mais vinte camaradas, "resistimos" ao barulho... com uma única arma e vinte balas no carregador! Depois de "rever a minha vida num minuto" ( é verdade, parece!) só saí para tratar dos feridos e mesmo assim com a querida ajuda do cabo enfermeiro (lindo Zé Luís!) que saiu primeiro e assim poderá ter-me salvo dum tiro que viesse saído duma "irmã gêmea" Kalachnikov.
Esta é a história da minha G3, que me salvou porque... não a fui buscar ao quarto onde "dormia"e a cuja parede exterior estavam encostados elementos da Frelimo que me teriam "caçado como um coelho" se o medo não me tivesse impedido de cumprir a regra militar de nunca a "largar de vista"...
Fernando Cardoso Rodrigues
1 comentário:
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O "brinquedo" que me confiaram, no tempo em que, em 1967, estive numa "casa de acolhimento" em Vila Real,julgo que se chamava RI 13, era mesmo uma peça de museu, chamada "Mauser", e também vinha acompanhada da recomendação de nunca a largar, mesmo quando fosse à retrete; como a seguir transitei para as transmissões e nunca saí de cá, também não mais tive "direito" a uma arma à minha guarda, que as guardasse o diabo!...
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