sábado, 9 de novembro de 2019


Nem se imaginavam novos muros...


Último líder da União Soviética, Mikhaíl Gorbachev garantiu na História um lugar de destaque, a partir do momento em que “eutanasiou” um regime podre, que subverteu completamente as boas ideias que estiveram na sua génese; e encantou-me ler o que escreveu no mais recente número da Time, com data de capa Nov.11.2019, a propósito do trigésimo aniversário da queda do famigerado muro. E é irónico que, tendo participado, em outubro de 1989, nas festividades comemorativas do quadragésimo aniversário da RDA, somente um mês depois tenha caído o símbolo garantia da  existência daquele país “artificial”.

Diz Gorbachev que se percebia claramente o estado de espírito daquela gente,  que assistia contrafeita aos actos festivos, a total descrença naquele tipo de sociedade, apesar de todos terem sido cuidadosamente seleccionados.“They were chanting: “Perestroika, Gorbachev, help”! Sabíamos que a situação era explosiva, com muita gente saindo do país através da Checoslováquia e da Hungria.

Permito-me transcrever do original alguns apontamentos:

“Today, reading some comments and reminiscences of that time, one might get the impression that the process of reunification was a cakewalk, that everything came like manna from the heaven, or that it all happened as a result of happy chance or even naiveté of some parties. But that was not the case”. 

                                                   (…)

“We drew a final line under the Cold War. Our goal was a new Europe, a Europe without dividing lines. The leaders who succeeded us have failed to achieve that goal. A  modern security architecture, a strong mechanism for preventing and resolving conflicts have not been created in Europe. Hence the painful problems and conflicts that beset our continent today. I urge world leaders to face up to those problems and resume dialogue for the sake of the future”.


Amândio G. Martins




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