sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Mais que não seja


As finanças do País vão bem e recomendam-se. Muito à custa da expectável melhoria da vida dos portugueses, trata-se do resultado de uma escolha entre os belos défices orçamentais que se vão conseguindo, merecedores dos encómios dos senhores da finança internacional, e o bem-estar dos cidadãos, que não merece a apoteose de ninguém, a começar pelos próprios interessados. Tudo estaria muito bem se, depois de se melhorar a vida quotidiana das pessoas, nas suas vertentes fundamentais - saúde, educação, transportes -, os nossos governantes se preocupassem com a redução da dívida pública. Mas não é assim. Elaboram-se os orçamentos anuais, faz-se com que os números batam certinho e, depois, não se cumprem, cativando os dispêndios não ao que é necessário, mas sim ao que é academicamente conveniente. Todos os dias ouvimos notícias de que um serviço público (ou mais) emperrou por falta de pagamentos a fornecedores, de pessoal, de equipamentos e consumíveis. Não, assim não pode ser, sobretudo porque, como é visível e apregoado, o Estado tem dinheiro. Não se devem dar motivos a que a direita se encrespe na comunicação social a proclamar que, com serviços privados é que é bom. Mais que não seja, porque não é.

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