O PÚBLICO de quarta-feira (13/11) traz dois artigos muito curiosos sobre o assunto, escritos por dois intelectuais e pedagogos idóneos: Luís Aguiar-Conraria (L.A.C.) e Santana Castilho (S.C.). "Se não aprendem, chumbam. Fácil, não é?" e "Os meninos "grunhos" e os pedagogos do regime", respectivamente. Inseridos quase lado a lado, merecem ser comparados, pois se ambos concordam nas causas das retenções na escola ( vulgo, "chumbos"), têm leituras diferentes sobre o que o Governo, "disse" e extraem conclusões diferentes sobre o deverá ser retirado para o futuro perante as "más notas" de muitos alunos.
Sobre as causas dizem aquilo aquilo que todos sentem, ou seja, elas estão a montante e fora da escola e têm que ver com as condições económicas e sociais das famílias que condicionam os resultados escolares dos filhos. Para o bem e para o mal, embora seja o último que nos interessa para o caso vertente. Depois vem, imediatamente, uma leitura diferente sobre a lei governamental que para S.C. é taxativa, ao preconizar passagens administrativas, enquanto L.A.C. vê, na mesma lei, uma linguagem mais "eufemística" que não fala em imposições de ausência de "chumbos". Depois L.A.C. entende que o esforço de acompanhamento deve ser realizado na escola, para tudo ser feito para que a reprovação seja a última das atitudes. Isto enquanto S.C. preconiza mais radicalismo, pois " há crianças e pais que não querem que os filhos estejam na escola" e, portanto, "o sistema de ensino, tal como está organizado, destina-se, a partirde determinada fase, a manter na escola jovens que lá não querem estar", isto à custa do "professor escravo".
Acho que li com atenção e daí a minha carta, por a achar pertinente. O assunto é complexo, embora os autores dos textos sejam assertivos. Valerá apena falar mais disto?
Fernando Cardoso Rodrigues
PÚBLICO de 16/11/2019
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