Da comédia à tragédia...
Li algures que Nicolai Gogol, quando da primeira apresentação
da peça “O Inspector-Geral”, ficou triste ao ponto de chorar, ao ver a
comicidade que o público lhe atribuía porque, embora formalmente se tratasse de
uma comédia, aquilo era uma tragédia.
Nessa peça todos são convidados a ir até uma povoação russa
do século XIX, uma desgraça de cidade, com autoridades incompetentes e
corruptas. Quando chega um inspector à cidade, todos procuram caír nas suas
boas graças e corrompê-lo.
Entretanto apercebem-se que o homem é do mesmo nível deles,
até que ele parte e os habitantes são surpreendidos com a notícia de que esse
era um impostor, sendo que o verdadeiro inspector acabava de chegar e quer que
todos vão à sua presença, terminando o espetáculo com os actores esperando o
encontro com o Inspector Geral...
A situação política espanhola tem sido uma tal comédia que,
como dizia um comentador, “ a cada rato te la juegas”. Um dos mais violentos
actores na dialética contra Pedro Sánchez já desapareceu do mapa; o outro, que já poderia ter contribuído para a formação de um Governo, continua com as mesmas exigências, apesar de estar a perder terreno a cada eleição...
Amândio G. Martins
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