segunda-feira, 4 de novembro de 2019


“No me sale rentable trabajar”...


Dizia uma pessoa ligada ao turismo e à marca “España” que há três coisas que invariavelmente vêm à memória dos estrangeiros quando o tema é Espanha: Touros,  futebol e Barcelona, e nesta os carteiristas; é uma tal praga e os vigaristas exibem tal descaramento que, questionados pelos jornalistas que reportam a sua actividade delituosa, não mostram qualquer acanhamento em afirmar que viajam para ali com aquele propósito porque é um “trabalho” muito lucrativo.

As vítimas preferidas são africanos ricos e japoneses, sendo que cerca de metade destes que visitam Barcelona são “aliviados” dos bens que transportam, tendo depois que recorrer ao seu consulado para poder regressar ao país; questionado o cônsul, este justifica a elevada percentagem, comparada com outras nacionalidades, com o facto de os seus compatriotas andarem à vontade porque no Japão não têm um problema assim.

O que a mim me surpreende é que, sendo sempre os mesmos bandos, maioritariamente mulheres, que se alternam nos vários pontos de grande movimento, aqui como lá, que o policiamento à civil surpreende em flagrante porque os traz a todos debaixo de olho, não haja leis adequadas para tratar esta malandragem; assim, lá como aqui, passam umas horas na polícia e são de novo largados à vontade, porque não cumprem nenhuma das condições que lhes são impostas e nada lhes acontece, respondendo com a frase que vai em título, quando lhes sugerem que procurem um trabalho digno, e exibindo ostensivamente o dedo do meio quando desconfiam que estão a ser vigiados...


Amândio G. Martins

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