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sábado, 24 de outubro de 2020
A luta pela rejeição da constituição de Pinochet, nos 50 anos da vitória da Unidade Popular no Chile
A LUTA PELA REJEIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE PINOCHET,
Faz 50 anos, que Salvador Allende foi proclamado Presidente da República do Chile, em 24 de Outubro de 1970, depois da vitória nas eleições de Setembro do mesmo ano, à frente da Unidade Popular que abrangia socialistas, comunistas, cristãos progressistas, sociais-democratas e outras organizações de esquerda.
O governo da Unidade Popular implementou uma mais justa distribuição do rendimento nacional, diminuiu significativamente o desemprego, a pobreza e a mortalidade infantil, promoveu a generalização do direito à saúde, à educação e à habitação com a construção em grande escala de casas para as classes populares. Esta política social foi acompanhada e sustentada por medidas na economia, como a recuperação para o Chile das suas riquezas naturais, como o cobre; a nacionalização de bancos e empresas monopolistas; o apoio a pequenas e médias empresas e a expropriação de milhões de hectares de terras cultiváveis. O governo de Salvador Allende iniciou igualmente uma política externa independente, como o reatamento de relações diplomáticas com Cuba.
Luís Corvalán, que era o ecretário-geral do Partido Comunista do Chile, declararia que todos os partidos que faziam parte da Unidade Popular contribuíram para a sua vitória, para as transformações sociais e económicas realizadas e mantiveram a sua unidade e lealdade até ao fim.
O conhecido golpe fascista de 11 de Setembro de 1973, comandado por Augusto Pinochet com o apoio dos Estados Unidos, provocou um desfecho violento e sangrento da experiência do governo socialista da Unidade Popular, eliminando também conquistas e direitos conseguidos pelos trabalhadores e movimento popular.
50 anos depois da vitória da Unidade Popular no Chile, no domingo, 25 de Outubro de 2020, realiza-se no Chile um referendo para a abertura dum processo constitucional que faça a rejeição da constituição herdada da ditadura de Pinochet, depois duma luta que dura há muitos meses e que é também contra as políticas de direita e neoliberais do presidente, que tem sido acompanhada de repressão e violência contra o povo que se lhe opõe.
A luta das forças populares e progressistas pelo referendo e por um resultado que vá de encontro aos seus anseios, não esquece a experiência da Unidade Popular, fazendo também acompanhar as suas acções e intervenções pelas canções revolucionárias que a acompanharam, nomeadamente as de Victor Jara.
Concretizando-se uma vitória das forças populares e progressistas no Chile para uma nova constituição, depois da vitória do Movimento para o Socialismo na Bolívia, no passado dia 18, e a eleição para presidente de Luís Arce, antigo ministro da economia do governo do ex-presidente Evo Morales, deposto e forçado ao exílio pelos golpistas reacionários agora derrotados, não deixa de ser mais um sinal positivo da luta dos trabalhadores e povos da América Latina.
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