Divina Comédia
Erguendo os braços para o céu distante
E apostrofando os deuses invisíveis,
Os homens clamam: - “Deuses impassíveis,
A quem serve o destino triunfante,
Porque é que nos criastes?! Incessante
Corre o tempo e só gera, inextinguíveis,
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis,
Num turbilhão cruel e delirante...
Pois não era melhor na paz clemente
Do nada e do que ainda não existe,
Ter ficado a dormir eternamente?
Porque é que para a dor nos evocastes?”
Mas os deuses, com voz ainda mais triste,
Dizem: - “Homens! Porque é que nos criastes?”
Antero de Quental
Transcrito por Amândio G. Martins
"Homens, porque é que nos criastes?"....
ResponderEliminarPois... Só que, tendo-se suicidado, porque já não suportava mais a vida tira, a meu ver, muita força ao que escreveu...
ResponderEliminarAcha? O poema acima diz muito do dilema vital e nada mais...
EliminarPenso que lhe terá faltado a fé que o ajudaria a resistir aos demónios que o atormentavam...
ResponderEliminarDava "pano para mangas". Mas "a fé é que nos salva", dirá o senhor... Mas, salva de quê, direi eu...
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