quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Manifestação pelo ambiente e não só...

 A manifestação pelo clima no Parque Eduardo VII, também foi a favor de soluções para a crise económica e social, que assinala a maior queda do PIB de sempre. A crise climática já provocou 52 graus em Bagdade! Em Portugal poderão repetir-se os incêndios de 2017.Lutemos para que não se repita! A crise climática mata 150 mil pessoas por ano.

Testemunhei aquele evento combativo. Ia subindo até chegar ao alto do Parque e cada vez havia mais polícias(!). «Isto é uma provocação!», indignava-se colérica uma senhora protestante. A mobilização lutadora ia engrossando. Talvez duas centenas de ecologistas. 

Atenção!, no que disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres: «As consequências devastadoras da covid-19 são menores do que aí vem pelas incontroláveis alterações climáticas». Subscrevo. França/Itália são exemplos recentes. A manifestação arrancou com bandeiras verdes e vermelhas, encimando-a com panos onde se lia: 'Justiça ambiental e social', ou 'Políticos: Vendam o vosso corpo não 
o nosso Futuro!' e ainda, 'Somos  Natureza e não reféns de nenhuma empresa', 'O que é que nós queremos? Mudaremos quanto pudermos. Mudar para quê? Não há Planeta B!'. 
Havia já uma «overdose» de PSP e de polícia de intervenção rápida controlando. Gritou-se: Paz, Pão, Habitação. Faz sentido, pois eram maioritariamente jovens os que estavam e são atingidos por este vírus capital... 'Gás, petróleo, carvão deixá-los debaixo do chão!', eram palavras vitais que ecoavam. Seriam mais polícias que manifestantes(?!). O confronto adivinhava-se - um polícia empurra grosseiramente um fotógrafo!, sucedendo o mesmo a muitas pessoas. Policiais fazem um cordão para que ninguém passe para a rotunda do Marquês de Pombal. Em vão. Um grupo senta-se em plena via na rotunda. Depois outros lutadores entrelaçados fixam-se na outra rotunda. Todos irmanados pelos braços com cilindros de plástico rígido em defesa do clima, durante quase uma hora. Os engarrafamentos a Sul, a Oeste e Este eram relevantes. O buzinão espoletou na polícia de intervenção acções desproporcionadas de força. Arrastaram pessoas como se de sacas de batatas se tratassem(!). Uma jovem resistente teve de ser levada por quatro policias de «choque». Mudar o sistema, não o clima!, gritavam já confinados para a relva que dá acesso ao Pavilhão Carlos Lopes, os revoltados. Seriam depois identificados? 
A desproporcionalidade, o desprezo e a brutalidade, com que o ministério da Administração Interna tratou este assunto, contradizendo o seu colega ministro do Ambiente que diz defender o clima, foi evidência grosseira.
A manifestação (quase) não teve impacto nos média. Uma TV privada mostrou uma fotografia com polícias e pouco mais. Mas a RTP2, serviço público?, governamentalizada - distorcer factos e não ser séria nem, no mínimo higiénica, colou-se à polícia contra o clima! Não foi vergonhoso, foi inqualificável. O dinheiro dos contribuintes serve-lhe de arma de arremesso contra nós próprios! Afinal a RTP2 está ao serviço de que interesses?
A manifestação, num tempo de medo fomentado, cumpriu os objectivos. Os jovens são o futuro e vencerão!
                                                           
                                                                                                                                 
           Vítor Colaço Santos



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