sexta-feira, 23 de outubro de 2020

São só números


Não quero minimizar (nem sobrevalorizar) um problema de saúde que, atendendo à divulgação mediática, parece ser global e dramático. No entanto, passado que é um período de mais de meio ano em mares de pandemia, fiz umas contas aritméticas com base nos números oficiais de ontem.

Infectados: 109.541 - (cerca de) 1,1% da população de Portugal.

Mortos: 2.245 - 2,05% dos Infectados.

Recuperados: 64.531 - 58,91% dos Infectados.

Activos: 42.765 - 39,04% dos Infectados.

Camas de enfermaria disponíveis: 18.017.

Camas de Cuidados Intensivos disponíveis: 798 (em expansão).

Internados em enfermaria: 1.165 - 2,72% dos Activos; 6,47% das camas de enfermaria disponíveis.

Internados em Cuidados Intensivos: 200 - 0,47% dos Activos; 25,06% das camas de Cuidados Intensivos disponíveis.

Nestes números, não tenho dados para decompor o total de Activos entre sintomáticos (doentes) e assintomáticos (saudáveis). Mas seria interessante conhecê-los, para evitarmos o erro sistematicamente cometido de confundir infectados com doentes. 

Não quero extrair daqui qualquer conclusão porque, como toda a gente sabe, as estatísticas dizem aquilo que nós quisermos, desde que as saibamos torturar convenientemente. Por outro lado, se há conceitos subjectivos, eles serão mesmo os de “muito” ou de “pouco”.

O número de infectados, a rondar 1,1% da população, talvez explique o “fenómeno” de, até hoje, eu não ter conhecido directamente um único doente de covid-19. E garanto que não estive recolhido em nenhuma torre de marfim.


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