Não é difícil entender Rui Rio...
Falava há dias um responsável do Governo das dificuldades em perceber o que quer o Bloco de Esquerda, pois quando as “negociações” das questões que exigem ser contempladas no Orçamento estão bem encaminhadas, colocam de surpresa novas exigências, ao ponto de parecer que querem deitar no lixo todo o documento e refazer tudo de novo, e quando ouço a líder daquele partido e as figuras que lhe estão próximas também me parece o mesmo.
Assim, entendo perfeitamente o líder do PSD, quando diz que se o voto do seu partido não serve, aos olhos de Costa, nem para evitar uma crise política, o mais coerente é mesmo votar contra, embora tenham ponderado abster-se; só que se o Orçamento já é mau – diz Rui Rio - por contemplar excessivas exigências do PC e Bloco, e se nem assim estes partidos ainda estão satisfeitos, para lhes agradar só pode ficar pior, desresponsabilizando dele o líder social-democrata, por destemperada soberba de António Costa que, se quiser conservar alguma credibilidade, não se deverá “hipotecar” aos partidos à sua esquerda nem mais um milímetro, digo eu, que governar um país, ainda mais no contexto actual, tem muito que se lhe diga, e não pode ficar refém dos caprichos de quem quer que seja...
Amândio G. Martins
No mundo da política partidária, com alguma boa vontade, tudo se entende.
ResponderEliminarCosta “hipotecou” o futuro com as afirmações a que agora Rio se agarra. Mas Rio não o “hipotecou” quando escreveu, em Abril, que não é uma postura eticamente correcta nem posição patriótica (cito Manuel Carvalho no Editorial do Público de hoje) aproveitar as fragilidades políticas para agravar os ataques aos governos em funções?
A verdade de cada um, afinal, é dinâmica... e elástica.
Considero que Rui Rio tem feito uma oposição frontal e leal; e a sua postura na primeira onda da pandemia foi muito apre iada e dada como exemplo até no estrangeiro, como pude verificar em Espanha; e a forma de Costa querer agradar à sua esquerda, marginalizando o líder do PSD, não o tem ajudado a "levar a água ao moinho", como se vê pela necessidade de estar constantemente a cerder à esquerda, mas como quem atira "penuts" a macacos...
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