sexta-feira, 17 de março de 2023

 O ALMIRANTE, OS MARINHEIROS, EU E O SARGENTO


Disse o almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada, que não é a guarnição do navio, quem sabe do estado de prontidão do mesmo. Disse ainda que a disciplina, é a cola das Forças Armadas. Disseram os membros da guarnição do patrulha que se recusaram ir para o mar, porque, entre outras deficiências, um dos dois motores principais do navio, estava inoperacional. Digo eu que, embora não tenha grande experiência do mar da Madeira e dos Açores, passei por lá quatro vezes, duas na Sagres e outras duas na fragata “Comandante João Belo”. Mas, é consenso geral de quem conhece aquele mar que, com frequência, não é para brincadeiras. Portanto, supúnhamos que debaixo de forte malagueiro (expressão muito usada na Briosa), se avariava o outro motor? Tendo o “Mondego” pouco calado e superstruturas bastante altas , ficando à deriva, que consequências haveria para o navio e respetiva guarnição? Provavelmente, seriam os marinheiros russos, a salvar os seus camaradas portugueses.

Diz o sargento Lima Coelho da Associação Nacional de Sargentos, que o senhor Almirante assim como os seus homólogos do Exército e da Força Aérea, se deveriam preocupar, primeiro que tudo, com o estado operacional dos equipamentos em que operam os seus camaradas, para que as missões que lhe são conferidas, ocorram em segurança e com eficácia.

E qual o papel do comandante do navio no meio disto tudo? Não devia ser determinante? Pelos vistos, não foi.

E volto eu a dizer, se não seria preferível e para bem de todos nós, que o dinheiro que o país gasta com a sua participação na guerra imperialista da Ucrânia, não fosse antes investido nos referidos equipamentos das FA? Nomeadamente , nos da Marinha que tem à sua responsabilidade a vigilância da nossa tão extensa Zona Económica Exclusiva Marítima.

Francisco Ramalho, ex marinheiro CM



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