segunda-feira, 20 de março de 2023

A “ditadura” europeia


Bem audível, aí está a contestação generalizada perante a degradação das condições de vida da maioria dos portugueses. Para explicar os motivos dessa degradação, não faltam aos responsáveis os mais credíveis argumentos, como a pandemia, a inflação ou a guerra.

Numa entrevista que concedeu ao PÚBLICO (ver edição do passado sábado), Teresa Violante (T.V.), notável investigadora e constitucionalista, aprofundou a questão, desfiando acertadamente uma série de factos que ajudaram a que chegássemos a este inóspito “porto”. Antes de mais, o distanciamento, ou mesmo contradição, entre os desígnios constitucionais da UE e os de diversos Estados-membros. Por norma, as constituições dos países privilegiam os interesses sociais dos seus habitantes, enquanto as exigências europeias se subordinam à liberdade dos mercados, o que conduz “à dominação de quem tem mais poder”. É a valorização do consumidor sobre o cidadão, conceder o poder máximo à “santidade” dos mercados. Vale a pena reflectir sobre as razões que levam T.V. a considerar que o Pacto de Estabilidade e Crescimento nos impõe um “colete-de-forças” ou a associar tenebrosos adjectivos como “condicionada” ou “agrilhoada” à democracia que nos servem em baixela de lata. A UE está contra a verdadeira democracia e contra o Estado social?

2 comentários:

  1. Já para não falar da patifaria dos paraísos fiscais. A maioria - senão a totalidade - dos governantes da UE já não se sente minimamente incomodada com as críticas que o tema encerra. É como se fosse um "roubo honesto"...

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  2. há muito tempo que o PCP apresenta essas razões para muitos dos problemas com que o País se debate.

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