quarta-feira, 22 de março de 2023

CELIBATO E SEXUALIDADE

 


A Igreja Católica reconhece que o desejo pelo prazer sexual faz parte da natureza humana, mas através do celibato e alguns conceitos de castidade, contraria essa natureza, o que estará na origem de muitos dos abusos sexuais.

 A sexualidade faz parte da natureza e deve ser no mínimo respeitada, ao ser reprimida abre mais possibilidades de se verificarem desmandos e comportamentos psicopáticos.

Ultimamente, o que tem estado na ordem do dia, são os abusos sexuais considerados crimes pelo Código Civil, mas a violação às leis eclesiásticas foi sempre muito para além disso durante muitos séculos, nomeadamente com amantes e filhos ilegítimos, embora hoje mais atenuados ou menos badalados esses desrespeitos das regras do celibato.

O celibato foi introduzido no século IV, embora com avanços e recuos na sua aplicação, o que permitiu até a existência de papas que foram casados, e foi imposto definitivamente no século XVI pelo concílio de Trento, embora nas práticas comportamentais não existisse grande alteração, sobretudo no clero com influência e poder material e social.

O choque entre o celibato e uma relação sexual e mesmo sentimental, é retratado em obras literárias como o «O Crime do Padre Amaro», do nosso Eça de Queirós e o «O Crime do Padre Mouret», do escritor francês Émile Zola.

Com o desenvolvimento social e de mentalidades, o celibato acaba por se transformar também num obstáculo ao recrutamento de sacerdotes, sobretudo a partir de meados do século XX, obrigando a Igreja Católica a medidas de recurso como uma maior actividade dos diáconos. É previsível que exista uma evolução do celibato para a sua abolição.

2 comentários:

  1. Concordo na generalidade com o que diz o senhor Ernesto Silva; de facto, não faz sentido um celibato que não seja opção do próprio, e o próprio papa já reconhece isso. Todavia, atribuír ao celibato, como já tenho ouvido, a causa dos abusos cometidos por padres, é esquecer que existem pedófilos em todos os sectores da sociedade, onde o celibato não é imposto a ninguém, aberração gerada na perversidade das pessoas, sejam padres ou o que forem...

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  2. naturalmente que não é só o celibato o responsável pelos abusos sexuais na Igreja Católica.

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