Com tanto “falatório” sobre a descida do IVA em certos produtos, medida que já todos interiorizaram que não vai resolver nenhum problema a quem quer que seja, foi atirada definitivamente para o “rol do esquecimento” aquela velha reivindicação sobre a reposição da taxa de 6% nos consumos de electricidade e gás. O passar do tempo tem destas coisas inexoráveis, acabando por normalizar uma decisão que, relembremos, foi tomada em 2011 por Passos Coelho e Vítor Gaspar, “aquecidos” pelos calores da troika. Muito se barafustou, mas o “mal” ficou cá para sempre.
Nessa altura, acabrunhados pela acusação de termos andado a viver acima das nossas possibilidades, suportámos medidas em cima de medidas que, supostamente, nos puniam pelas veleidades cometidas antes. Hoje, “alunos bem comportados” e inocentes, enfrentamos estoicamente recorrentes crises, e contemplamos, embevecidos, as medidas que tantos especialistas, sábios e indecisos, debruçados sobre complicadíssimos estudos, engendraram para resolver a inflação, a pobreza, a habitação, os baixos salários e mais um infindável et cetera. Não duvido de que o Governo esteja a fazer o seu melhor. O problema é que, se calhar, esse “melhor” se resume a ziguezagueantes remendos e experiências que ninguém sabe, com certeza, se vão resultar.
Público - 31.03.2023
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