segunda-feira, 22 de maio de 2017

O REI VAI NU?



A agência de rating canadiana (DBRS) que tem sido a "via verde" para o BCE continuar a comprar dívida pública de Portugal, acaba de fazer um despacho sobre a saída do PDE, que convém ler com atenção. Eu aqui me penitencio por não ter acreditado que a actual "situação", que muitos designam por geringonça, pudesse ter sido viável. Mas funcionou, sem problemas de maior, apesar deste governo ter sido ainda mais rigoroso que o anterior com as metas do défice público. Muitos sapos o PCP-BE devem ter tido de engolir até agora, mas como é que a partir de agora poderão aceitar as reformas estruturais reclamadas pela DBRS? Isso seria contranatura, contra os desígnios e programas básicos daqueles partidos. Eles só estão interessados em duas coisas. Acabar com os ricos, sejam particulares ou empresas, e aumentar a fiscalidade de todos os que ganhem mais de € 1500 por mês. Como é que se poderá introduzir mais flexibilidade na economia e leis laborais com conceitos destes? A produtividade só poderá aumentar a sério com mais novas tecnologias na produção e já se sabe que isso só diminuirá o emprego. Só a longo prazo o emprego poderá depois crescer à medida que o investimento fizer também crescer a economia. Por isso a citada agência diz que a saída do PDE é apenas simbólica. A austeridade deve continuar, para eliminar o défice e permitir a diminuição da dívida. E deve atrair-se mais investimento. Mas como, pergunto eu, com dois partidos do governo que são contra a iniciativa privada significativa? Bem andou o PR e alguns economistas isentos, ao pedirem para não abandeirarmos em arco, como os apoiantes da situação estão fazendo.
OBS. Este artigo foi publicado no EXPRESSO na sua edição de 27/5/17.

1 comentário:

  1. Só para anotar que este artigo foi também publicado no PÚBLICO Ana sua edição de 29/5/17.

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