sexta-feira, 5 de julho de 2013

Pedro Adão e Silva. «E agora?»


Leio semanalmente o Pedro Adão e Silva no Expresso. Aprendo e gosto das abordagens muito abertas e realistas que faz aos temas que nos abrangem e nos preocupam, tentando dar soluções.
Ao saber por convite, do lançamento do seu mais recente livro: “E Agora?” em Lisboa, claro que não fui, mas adquiri o livro. A 04 Julho 2013 o lançamento do livro foi feito cá no Porto e assim com m/ mulher já foi possível ir, já com boa parte do livro lido. Aqui, no Porto uma interessante apresentação por Augusto Santos Silva, e vários e muito oportunos comentários feitos pelo próprio Pedro Adão e Silva.
O “E Agora? “ é um livro escrito para nos ajudar a entender o momento, como desastrosamente aqui chegámos, apontando algumas propostas que se seguidas farão ficarmos melhor, ou não piorar, e com esperanças de “continuar”! “O propósito do livro é fazer repensar o sistema político, a justiça e as políticas públicas numa prespectiva de futuro.” Um muito indicado prefácio de Jorge Sampaio, mais nos aguça a vontade de ler e rapidamente acabar o “E Agora?”. O que sem dúvida, fiz.

Jorge Sampaio apelida o Pedro Adão e Silva de “reformador progressista”, que “nunca desiste da esperança e do futuro”.

Da Introdução do “E Agora?” é curioso realçar algumas frases do Pedro Adão e Silva, tais como:
- Portugal é hoje um país devastado.
- Aparentemente não há saída possível.
- ….o memorando de entendimento português tinha metas…inviáveis…
- …ultrapassar a actual miséria política europeia.
- …perdeu-se a capacidade de a justiça apurar a verdade, de a comunicação social promover investigações autónomas e credíveis.
- Enquanto repetimos sistematicamente os mesmos erros, estamos condenados a fracassar.
E, vou ao acaso citar algumas frases mais, de várias partes do “E agora?”:
- A esquerda democrática ….em declínio ideológico…
- O problema é do euro e só será ultrapassado quando se alterar ….
- A Grécia somos todos nós….
- …como a História se pode repetir…
- A memória colectiva é o cimento da vida em comunidade…
- ….a hegemonia da lógica das juventudes partidárias tem efeitos perversos.
-…o mundo sindical português é feito de paradoxos….
-…ligeireza com que somos governados…
- É uma vergonha que numa sociedade democrática haja quem tem fome…
Assim, para além de finalmente ter conhecido pessoalmente o Pedro, cá no Porto, e não só por escrito, fica aqui o conselho a todos para que leiam o “E Agora?”.
E todos inclui e de que maneira todos os políticos, essencialmente estes que por “cá andam”!
Parabéns, Pedro, por este “E Agora?”
 
Augusto Küttner de Magalhães

5 comentários:

  1. Há muitos anos, mais precisamente no ano de 1976, no jornal Gazeta do Sul, semanário publicado em Montijo, durante alguns meses, assinei uma coluna que tinha por título "E Agora?". Já nessa altura, talvez pele experiência de vida, eu me interrogava em função do estado do país. Este pessoal começa a interrogar-se já demasiado tarde, porque na área do poder em que sempre têm vivido, mesmo que indirectamente, só deram pelo fogo quando as chamas já eram incontroláveis. Nunca lhes cheirou a chamusco, quando ainda havia tempo de evitar a ruína. Agora é fácil e se enveredarmos por culpar os área política que não seja a nossa, tanto melhor. Deste pessoal pouco já temos a aprender. Precisamos de outro tipo de postura.

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  2. Se é comentador tem de ser recomendado por alguma força política, porque, se não tivesse esse apoio, não era admitido. É que isto anda tudo ligado, como dizia o jornalista e poeta Eduardo Guerra Carneiro, de quem tive o privilégio de ser amigo.

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  3. Aquilo que vemos correntemente são "sabichões da dúzia" a publicar livros do que escrevem nos jornais para mostrarem como são sábios no diagnóstico e na cura da doença da crise. Antes de a tragédia acontecer andavam todos muito caladinhos a falar da espuma dos dias, como se usa agora dizer, e não descortinavam nada do que nos está a acontecer. Isto acaba por fazer parte da encenação montada desde há muito. Como Pedro Adão e Silva há-os aos molhos e alguns até vão para a televisão intoxicar-nos com as suas frases feitas ou cataclismos previsíveis. Neste últimos dias foi curioso ver o nome dos que foram aos 3 canais para falar da crise aberta pela demissão de Paulo Portas. Curiosamente só na RTP1 vi alguém falar com sabedoria e dizer taxativamente que Portas atraiçoou os portugueses e de que já não nos livramos de um segundo resgate.Santana Lopes, Bagão Félix, Rui Rio, Ribeiro e Castro ou Freitas do Amaral apareceram nos média curiosamente todos são da área do CDS ou lá perto e alguns até parecia que desculpavam o Paulo Portas. Os meios de comunicação em Portugal não nos dão transparência, rigor e clareza na informação que publicam. A Democracia também sofre com isso e não é só com os políticos que tempos.

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