Passar cheques em branco, normalmente, dá mau resultado.
Assolado por alguma dor e raiva, vou, desta vez, arriscar um pouco. Vou saudar
e, ao mesmo tempo, agradecer a acção que, pelos vistos, os Anonymous têm tido na luta contra o Daesh (tanto gosto mais deste
nome quanto os próprios o detestam!). Ninguém duvida da sua condição de hackers e, como tal, a maioria de nós
opõe-lhes, naturalmente, as máximas reservas. Pensando nas nossas contas
bancárias e fiscais, nos nossos dados pessoais, não obstante fornecidos a tudo
o que é cão e gato nas burocracias nacional e europeia, cada um de nós, no
mínimo, terá o instinto de se retrair um pouco. No caso vertente, com as emergentes
e fatais restrições às liberdades de movimentos e outras que as autoridades nos
vão infligir (versões reduzidas ou ampliadas do Patriot Act), prejuízo não haverá que alguns, ainda que
extravasando certos formalismos, apliquem as suas altas capacidades na
destruição do “mal”. Ora, se até as autoridades fazem o mesmo, mas sem resultados
fulminantes, por que não organizações como os Anonymous, sem grande estardalhaço publicitário, tentarem ferir gravemente
aquela organização terrorista? Estes hackers
serão o que forem, defendem-se com máscaras, o que, por norma, é mau sinal, mas
merecem o meu respeito. Quando atacam e prejudicam gravemente o Daesh, encho-me
de júbilo. Fosse eu um “craque” na informática e, à falta de outros meios,
fazia o mesmo. Só espero, num futuro mais ou menos próximo, não vir a ter de me
arrepender do apoio que, agora, lhes manifesto. Viver é, de facto, um risco, e
manifestar certas opiniões também.
Público - 07.12.2015
Público - 07.12.2015
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