Sabe-se hoje que o massacre terrorista em Paris
poderia ter sido evitado. Os terroristas fanáticos do Islão viviam na região da
grande Bruxelas, em Molenbeek-Saint-Jean. E o PM Belga, Charles Michel, terá
declarado só agora que "os autores de outros atentados também tinham
ligações a Molenbeek, há ali um enorme problema. Nos últimos meses muitas
iniciativas foram tomadas contra a radicalização, mas é necessário mais
repressão" (fim de citação). Ora esta admissão de frouxidão no combate ao
fundamentalismo, é uma confissão de derrota e uma culpa objectiva pela omissão
no combate ao crime organizado. Todos os terroristas até agora identificados,
já estavam referenciados pela polícia. E porque estavam então em liberdade? Com
certeza pela aplicação daqueles sempre apregoados "direitos, liberdades e
garantias". Mas agora, dois anos depois do aparecimento do autoproclamado
"califado", é que o Presidente Hollande reconhece que a França está
em guerra contra ao califado? Foi tarde demais, para as 129 vítimas já declaradas.
É preciso estudar primeiro a natureza do califado, e das profundas convicções
religiosas dos seus fanáticos militantes. Obama, lá do alto da sua sobranceria,
desprezou-os e ridicularizou-os, considerando-os uns meninos ridículos, em
comparação com a Al Qaeda, considerada por ele muito mais perigosa. Enganou-se,
e desde então já morreu muita gente, sobretudo na Europa. Na guerra, não há
"direitos humanos", apenas a Convenção de Genebra. Na guerra não
funcionam tribunais, nem arguidos nem os seus advogados. Foi por ter
compreendido isso, que um Presidente socialista Francês finalmente se decidiu a
bombardear o califado, na sua infraestrutura em território Sírio. O califado
existe no terreno, e os seus fanáticos militantes não querem convencer os que
consideram "infiéis" a obedecer ao califa Abu Bakr al-Baghdadi.
Querem simplesmente decapitá-los, exterminá-los. Por isso há que aumentar
primeiro a vigilância, por todos os meios tecnologicamente disponíveis,
escutas, câmaras de vídeo nas vias públicas e prendendo os que já demonstraram
militar no califado. E responder aos futuros ataques, de uma maneira adequada e
letal, com presença militar no terreno, designadamente apoiando o inefável
Assad da Síria a neutralizar esse califado, que ele oportunamente detectou
e nos avisou da sua perigosidade.
OBS. Foi publicado no semanário Expresso, na sua edição de 21/11/15.
Estamos de acordo, senhor Manuel, em que os fanáticos assassinos do EI devem ser exterminados porque não têm emenda e são um perigo, não estamos de acordo, é porque é que a França, e já agora os EUA e a Inglaterra, não o fizeram já. Não o fizeram, não foi por causa dos direitos humanos! Não o fizeram, porque têm precisado deles para derrubar Assad. E não é porque, como dizem, ele ser ditador!É porque ele não lhes obedece e a Síria é um suculento naco.
ResponderEliminarSenhor Ramalho, concordo consigo em que a política das grandes potências na Síria tem sido um desastre. E de uma maneira geral está provado que é errado tentar "exportar" os nossos meios de vida ocidentais, com democracia representativa e partidos, para países onde essa cultura nunca existiu. A Líbia e a Síria, por exemplo, viviam bem sem essa "ocidentalização". A China depois de estabelecido o PC, também esteve umas décadas sob as críticas do Congresso e governos dos EUA, mas na administração Obama, tudo está silenciado, reduzidos à evidência que um país daquela dimensão, não pode comportar um regime tipo ocidental.
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