sexta-feira, 27 de novembro de 2015

João Cravinho e a corrupção


Gostei de ler no Público (16 nov.) a entrevista a João Cravinho, homem honrado que fez da corrupção a bandeira da sua luta política. 
Espanta-me que este tema não seja mais debatido pelos cronistas dos jornais, leitores-escritores, comentadores políticos das TVs, programas políticos dos partidos, etc.. E espanta-me porque sendo a corrupção a causa número 1 da pobreza e da crise que vivemos, merecia um debate a nível nacional mobilizador do eleitorado para uma utilização concertada da arma do voto contra a corrupção e os corruptos, exigindo a abolição das leis existentes (facilitadoras da corrupção) e da criação de leis para disciplinarem os governantes e lhes travarem as tentações de corrupção. Lamentavelmente, preferimos discutir assuntos que são simples banalidades quando comparadas com esse monstro chamado corrupção.
A referida entrevista fez-me relembrar que, em 2006, a direcção política do PS, da qual fazia parte José Sócrates, se opôs ao projecto anticorrupção de João Cravinho!
Ora, a pergunta que eu gostaria de fazer a José Sócrates era precisamente sobre os motivos dessa oposição, sendo certo que eu seria um animal muito feroz para lhe exigir uma resposta sem ambiguidades. Por isso (por não poder fazer-lhe perguntas no final da sua sessão de propaganda) é que não fui a Vila Real ouvi-lo na semana passada. E deve ter sido pela mesma razão que ele não quis que lhe fossem feitas perguntas! Assim, no final, foram só palmas.

José Madureira

1 comentário:

  1. O lamentável deste escrito é que segue uma linha de pensamento que tenta fazer crer que a corrupção em Portugal nasceu e há-de morrer com Sócrates. Abatido este monstro, acabará esse flagelo no nosso pobre país... A investigação anda há anos a tentar descascar um abacaxi a que deu o nome de "fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção". Mas, até agora, o que sabemos é que descobriram uma soma de cerca de 20 milhões de euros, na conta de um empresário amigo, que suspeitam ser do dito Sócrates. 20 milhões de euros, note-se... Estes brincalhões que vêem em Sócrates a besta responsável por todos os males da nação, já nem se lembram daqueles anjos do BPN, da "escola" cavaquista, de cujo verdadeiro rombo ninguém tem dúvida, à volta de 7 biliões de euros, SETE BILIÕES, que todos pagamos!

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