Recentemente
começou a demolição parcial e posterior recuperação do quarteirão situado a
norte da praça D. João I no Porto.
Ao longo dos
anos foram-se acumulando os escombros dos edifícios em ruinas, lixo e vegetação.
Este local
serviu de refúgio seguro a uma considerável colonia de gatos.
Estes
felinos desempenham um ótimo serviço público, dizimando os ratos que vivem
preferencialmente em edifícios em ruinas e nas estruturas no subsolo das vias públicas,
nesta excessivamente degradada e suja cidade.
Como não
possuem o atributo de falar, o poder de contestar, o direito a votar, (perdão
pela ironia) foram despejados do local onde viviam á muitos anos sem direito a
realojamento e alimentação.
Assustados,
desorientados e tristes fogem em todas as direções, acabando mortos ou feridos
pelo trânsito intenso das vias circundantes a este quarteirão.
No entanto vários
persistem em não abandonar o local que sempre foi a sua casa, refugiando-se nos
cantos dos prédios que restam, indiferentes ao barulho e movimento das máquinas
e operários.
Escusado será
dizer que se encontram famintos, pois o seu principal meio de subsistência acabou.
Reprovável
que nenhuma entidade acautela-se esta situação.
No centro da
cidade, a camara municipal certamente tem conhecimento desta situação deplorável,
as associações de proteção dos animais, o partido dos animais e da natureza,
que curiosamente possui uma loja aberta ao público relativamente perto do local
em referência.
Esta
situação recorrente, devia ter sido acautelada e futuramente prevenida em
situações similares.
Que péssimo exemplo
para as gerações mais novas, onde a insensibilidade, egoísmo, ganancia, inveja,
maledicência, tornam-se cada vez mais predominantes na sociedade.
A palavra
humana esta cada vez mais desprovida de significado, situando-se a raça humana
mais perto do que nunca no limbo entre a salvação e o abismo.
Atenciosamente.
José Araujo.
Essa insensibilidade, essa selvajaria, define-nos como povo. O amigo José Araújo pertence à minoria que protege os animais. Há outra minoria que os maltrata. E o grande problema, é a esmagadora maioria que é indiferente. A estatura moral de um povo revela-se pela forma como trata os seus animais. É uma vergonha para a CM do Porto, para os portuenses, para os portugueses. Vou divulgar, dentro do que me é possível, esta barbaridade. Parabéns, amigo, pelo seu humanismo e sensibilidade.
ResponderEliminarOBRIGADA PELO TEXTO E VOLTE SEMPRE, JOSÉ!!
ResponderEliminarSó perante os holofotes dos meios da nossa comunicação social é que parecemos ser os defensores dos pobres, dos ofendidos, dos sem-ninguém e dos animais, mas a verdade dos factos é a banalidade da normalidade. Lembremo-nos daqueles que, 'amando os animais de estimação', se livram deles quando vão de férias.
ResponderEliminarEssa "gente" não ama os animais de estimação! Essa "gente" não é gente. É lixo! Lixo humano.
ResponderEliminarE não é só quando vão de férias, mas quando já não lhes dá "gozo" tê-los. Tenho aqui pertinho, no sopé do Monte da Madalena - Ponte de Lima - o canil intermunicipal do Vale do Lima. São por ali abandonados imensos cães, altas horas da noite, em plena estrada; outros, mais "humanos", deixam as vítimas presas à vedação, em vez de se dirigirem ao canil nas horas de funcionamento, tratando correctamente o assunto. Passando por ali bem cedo, diariamente, é-me doloroso ver alguns destes animais a correr atrás do carro, quem sabe se por lhes parecer ser o carro do quem os abandonou!...
ResponderEliminar