Bataclan
Era
disto mesmo que os refugiados estavam a precisar. Nada melhor que esta tragédia
parisiense para incendiar os ânimos dos muitos que não conseguem distinguir
entre gente normal, por acaso muçulmana, e extremistas sanguinariamente loucos,
que até podem ser noruegueses (lembram-se do Anders Behring Breivik?) mas que,
por razões geopolíticas óbvias, nestes últimos tempos, costumam ser de
inspiração oriunda do médio-oriente. Fico à espera, e nem sequer preciso de me
sentar, das doutas emanações cranianas de não sei quantos “especialistas” que,
sem dúvidas metafísicas, apontarão o dedo acusador a todos os muçulmanos,
sobretudo os mais frágeis, como são os refugiados. Nas imagens que vou vendo
destes, encontro muitas e muitas crianças parecidas com os meus netos, a par de
outros, mais velhos, que se pareceriam com os meus pais se estes ainda fossem
vivos. Uns e outros de aparência totalmente indefesa. Em paralelo com estes “especialistas”,
teremos de “aturar” gente com mais responsabilidades, designamente governantes,
sejam polacos, húngaros ou eslovacos, a aproveitarem seraficamente a tragédia
para levarem a água ao seu moinho ideológico. Em França, para já o país mais
ferido, teremos brevemente uma extrema-direita eleitoral a clamar: “nós não tínhamos
avisado?”. Os muçulmanos de todo o mundo, gente pacífica e moderada na sua
esmagadora maioria, têm um papel urgente a desempenhar, e que não se pode
limitar a manifestações de rua em que
gritem o seu repúdio pelos inqualificáveis crimes cometidos, mas provar inequivocamente,
por todos os meios possíveis, que Islão não é terrorismo. Mesmo que muitos não
os queiram ouvir, não estão dispensados dessa ingente tarefa. Para bem de todos
nós.
Público - 17.11.2015
Comentários, como este, são raros. Raríssimos, nos grandes media que manipulam as massas para interesse dos "senhores" da guerra. Parabéns amigo José Rodrigues!
ResponderEliminarAgradeço a sua atenção, amigo Francisco Ramalho. Um abraço.
EliminarClaro que temos de saber separa 'o trigo do joio', mas ... está a ser muito difícil mondar a seara!
ResponderEliminarCaro amigo José Amaral,
EliminarTem razão. De facto, vai ser muito difícil esta monda. Tanto mais que terá de ser transversal à sociedade, composta de múltiplas confissões religiosas. E, como sabemos, criminosos e extremistas encontram-se em todo o lado. E nem precisam de ser religiosos.Um abraço.
O islão, tal como o cristianismo e o judaísmo têm como pai comum o profecta Abraão. As derivas nascidas com Jesus Cristo, Moisés e Maomet não tutelam, nenhuma delas, a barbárie a que vamos asistindo!...
ResponderEliminarÉ verdade amigo Górgias! Portanto, a religião pode ser o diabo!
ResponderEliminarE com o Diabo não se brinca. Veja-se o que aconteceu há pouco na Arábia Saudita, quando milhares se entretinham apedrejando o mafrrico e morreram cerca de mil, eh,eh,eh,ih,ih,ih,oh,oh,oh,uh,uh,uh!
ResponderEliminarEstá um gato a miar no meu comentário acima: "profeta" não tem "c" ... E no outro, mais abaixo, "mafarrico" também ficou coxo. Enfim, coisas do mafarrico!
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