quinta-feira, 26 de novembro de 2015

COMO ELES SÃO BONS!

A OBRA DELES…
Na pág. 2 do JN de hoje, ao lado de um panfleto indigente, como aliás é seu timbre, de um tal Nuno Melo, escreve o Editor-Executivo Rafael Barbosa:
O EPITÁFIO
“1-Nunca os portugueses pagaram tantos impostos. Por via do imposto sobre o consumo(IVA), que chega a todos; e através do IRS, que atinge com particular eficácia os rendimentos do trabalho. No caso deste último, a canga tornou-se quase insuportável com a conjugação de um agravamento directo do imposto e a criação da sobretaxa. E assim chegamos a 2015, mais pobres, mas a pagar mais impostos.
Acontece que este era também um ano eleitoral e portanto tempo de iludir os eleitores. A solução que o Governo tirou da cartola foi essa originalidade do “crédito fiscal”. Ou seja, se a recolha de impostos crescesse acima do previsto, devolveria a diferença aos contribuintes. Para garantir credibilidade à fantasia, PSD e CDS encarregaram a máquina fiscal, supostamente isenta, de nos informar da evolução do reembolso. A tragetória foi sempre ascendente e, no mês anterior ao das eleições, já se prometia uma devolução de 35%.
A euforia durou pouco. Mês e meio depois das eleições e no último dia em funções de Passos e Portas, fica a certeza de que será devolvida coisa nenhuma. O Governo acaba como começou, com uma espécie de fraude eleitoral, prometendo uma coisa, para fazer o seu contrário. Não vale a pena perder tempo com a triste figura de Paulo Núncio no Parlamento. Limitou-se a cumprir o papel de cordeio sacrificial. O epitáfio deste Governo deve ser atribuído a quem fez da mentira uma arma de arremesso eleitoral: o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

2- É um dos axiomas do capitalismo: o dinheiro não tem pátria. Nem na nossa versão de trazer por casa, como ficou provado por estes dias, com a multiplicação de notícias, primeiro sobre a distribuição apressada e antecipada de dividendos entre algumas grandes empresas portuguesas, um truque para escapar a um eventual agravamento fiscal em sede de IRC(e em cuja vanguarda está, como sempre, o Grupo Jerónimo Martins; depois, com a confirmação de que parte desse e de outro dinheiro já foi recambiado para paragens mais seguras. O alerta, em forma de chantagem, sobre a fuga de capitais fê-lo António Saraiva, o patrão dos patrões: não só há empresários a “tirar o dinheiro do país”, como ele só regressará em função “das medidas que o próximo Governo vier a tomar”. Sendo certo que há “linhas vermelhas” que não serão toleradas. Ora, ao contrário do que gostam de dizer os nossos capitalistas, este tipo de atitudes e de linguagem não remete para a economia de mercado. Pode ser legal, mas chama-se pilhagem”.


Transcrito por Amândio G. Martins

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