Está a
acontecer e cimeira mundial do clima, numa cidade fortaleza – todas as cidades
reconstroem agora muros , mas estão esburacadas como os queijos suiços.
O clima está
agreste, imprevisível, de inesperadas tempestades, os chefes de todos – ou quase
– os governos do mundo, têm que o pôr na linha.
Começa a cimeira
da retórica, poluição das palavras, que
emitem tanto ou mais CO2 como o maior dos poluentes. A cumbre de pompa e
circunstância, dos ditos gongóricos, ditos seriamente fingidos, espertamente enovelados pelos
discursos de assessores doutorados em escrita criativa.
Todos os
discursos vão ser engalanados por flores de estilo e o seu impacto esgota-se na
opinião pública, porque o mundo de hoje esgota-se na comunicação social, a
única agenda .
Convidaram
os ursos polares? Os rinocerentes? Os elefantes? Não. Esqueceram-se deles. Não
falam, logo não discursam, logo não têm opinião.
Para grandes
decisões, grandes lideres: os que se fazem ouvir.
Portugal
representa-se, mas não leva conversa, não se inscreveu para conversar. Necessitamos
tanto de pôr a conversa em dia nos temas do nosso quotidiano, para quê perder
tempo com palpites que não se dominam?
Temos para
oferecer uma mão cheia de linces amedrontados;meia dúzia de intervenções
urbanísticas pouco “impactantes” (veja-se o caso de Albufeira) na orla
marítima; a desertificação do interior - por cobardia dos autóctones, que não
querem lá viver.
Assuntos
desses, menores, que interesse podem ter numa grande e majestática cimeira
mundial do clima?
Cá faz um
calor em fins de Novembro que parece Verão. Ainda bem que é bom para o turismo.
A chuva só molha, não faz falta.
Queremos lá
saber dos linces, se nunca vimos nem vamos ver nenhum?
ESTE CLIMA NÃO É DE CONFIAR: claro que não.
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